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BHIA3: o que quer Rafael Ferri com o Grupo Casas Bahia?

BHIA3: o que quer Rafael Ferri com o Grupo Casas Bahia?

O investidor Rafael Ferri voltou a chamar atenção do mercado ao atingir uma participação de 5,11% no capital social do Grupo Casas Bahia (BHIA3). A informação foi divulgada pela varejista em um comunicado na noite da última terça-feira (11).

A participação de Ferri na empresa está dividida em duas frentes:

  • 1,73% do capital social adquirido direta e indiretamente por meio de ações ordinárias;
  • 3,38% do capital social em derivativos de liquidação física.

Segundo o Grupo Casas Bahia, o investidor informou que sua intenção com essa movimentação é estritamente de investimento, sem objetivo de alterar o controle ou a administração da companhia.

O que está acontecendo com as ações do Grupo Casas Bahia?

A entrada de Ferri no papel ocorre em meio a uma forte valorização das ações da empresa. Somente em março, $BHIA3 já subiu 95,8% em apenas cinco pregões. No acumulado de 2025, a alta já chega a 80%, com um salto de 30% apenas na última segunda-feira (10).

Diante dessa movimentação atípica, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) questionou a companhia, que declarou não ter conhecimento de qualquer fato relevante que pudesse justificar essa disparada.

Analistas apontam que o fenômeno pode estar ligado a um short squeeze. Esse termo se refere a um movimento em que o preço das ações sobe rapidamente, forçando investidores que apostaram na queda dos papéis (os chamados “vendidos”) a recomprá-los no mercado para evitar perdas ainda maiores.

Isso gera uma demanda adicional pelas ações, alimentando o aumento dos preços. Atualmente, cerca de 25% das ações em circulação da Casas Bahia estão alugadas, o que reforça essa tese.

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Quem é Rafael Ferri?

Rafael Ferri é um empresário e investidor do Rio Grande do Sul. Ele começou a sua carreira como trader em 1997 e passou por bancos como ABN AMRO e Itaú Unibanco ($ITUB4), onde ocupou cargos na área de private banking.

Em 2006, fundou a TBCS Investimentos, que chegou a ser a maior empresa de agentes autônomos do país antes de encerrar as operações. Também atuou como investidor-anjo e, em 2016, se tornou um dos acionistas e cofundadores da TC Investimentos ($TRAD3), que abriu capital na bolsa em 2021.

Ferri esteve envolvido na “Bolha de Alicate”, este é um dos casos de irregularidades mais populares da história recente da Bolsa de Valores do Brasil.

O nome do caso provém do negócio principal da Mundial, empresa cujas ações teriam sido usadas no esquema. O grupo industrial atua no setor metalúrgico, tendo como um de seus produtos mais famosos alicates de unha.

A empresa chamou a atenção de todo o mercado no início da década de 2010, quando, no período entre 1 de agosto de 2010 e julho de 2011, suas ações ordinárias tiveram valorização de cerca de 2.200%.

O valor de mercado da empresa passou de R$ 77 milhões para R$ 1,4 bilhão no período. Com o estouro da bolha, em agosto de 2011, os títulos da Mundial tiveram queda de 85%.

Na época, a Polícia Federal interveio, identificando a relação entre Ferri, que atuava como sócio de um escritório de agentes autônomos, e Michael Ceitlin, presidente da Mundial. Em dezembro de 2019, Ceitlin foi absolvido das acusações pelo TRF-4.

Após a divulgação do escândalo, o investidor foi condenado pela Justiça Federal do Rio Grande do Sul a 3 anos e 9 meses de reclusão, além de uma multa de R$ 2,3 milhões. Parte da pena foi substituída por trabalho comunitário. 

Mais tarde, em dezembro de 2019, em segunda instância, Ferri foi absolvido do crime de uso de informação privilegiada, enquanto o processo de manipulação de mercado voltou para a primeira instância para reavaliação.

O caso ficou marcado como tendo originado a primeira condenação por manipulação de mercado no Brasil em primeira instância. Posteriormente, em 2016, Ferri também foi punido pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e foi condenado a ficar sem atuar no mercado de valores mobiliários por cinco anos pela mesma prática.

Posteriormente, ele foi absolvido do crime de uso de informação privilegiada.

Atualmente, Ferri atua como investidor, com participação relevante no Grupo Casas Bahia (BHIA3), onde adquiriu 5,11% do capital da companhia.

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