O BTG Pactual (BPAC11) reitera recomendação de compra para as ações da WEG (WEGE3), com preço-alvo de R$ 54. O relatório foi publicado após visita de analistas do banco à unidade industrial da companhia em Minneapolis, nos Estados Unidos.
A fábrica, conhecida como Electric Machinery Company Inc., é uma das mais tradicionais do setor, fundada em 1891 e adquirida pela WEG em 2011. Desde então, tornou-se estratégica para a produção de grandes motores e geradores de alta e média tensão, utilizados em compressores e bombas na indústria de petróleo e gás norte-americana. Além da produção, quase metade da receita da unidade vem de serviços de pós-venda, um diferencial em equipamentos de ciclo longo.
Segundo os analistas, a planta foi escolhida como base futura para a fabricação de grandes turbinas eólicas nos EUA, à medida que o mercado se consolidar. Parte das linhas já está sendo adaptada para comportar hubs de grande porte, aproveitando a expertise da unidade em motores e geradores de grande escala.
A visita também destacou a integração cultural desde a aquisição da GE Energy em 2011. A WEG direcionou o portfólio da unidade para nichos mais especializados e investiu em modernização e aumento de produtividade. Apesar de os EUA não serem uma base de baixo custo, a proximidade com clientes de alto valor, como grandes produtores de petróleo e gás, garante relevância estratégica à operação.
BTG reitera recomendação de compra para WEG: impacto de tarifas é limitado
O impacto das tarifas sobre produtos brasileiros foi considerado limitado, uma vez que os serviços representam parte significativa da receita e apenas 20% a 30% dos custos dependem de importações. Além disso, os clientes absorvem melhor variações de preço em contratos de longo prazo, priorizando prazos de entrega e suporte local.
Para o BTG, a aquisição da Electric Machinery fortaleceu a presença da WEG nos EUA e ampliou sua atuação em nichos especializados, com destaque para geradores de dois polos e motores síncronos. A unidade também deve se beneficiar da expansão energética norte-americana, com oportunidades em petróleo e gás, energia eólica e até projetos nucleares.
Os analistas concluem que a operação reforça a estratégia global da WEG de criar hubs competitivos e integrados, posicionando a companhia para capturar o crescimento da demanda energética e sustentar ganhos de mercado no longo prazo.
Balanço no 2TRI25
A WEGE3 divulgou, no segundo trimestre de 2025 (2TRI25), lucro líquido de R$ 1,591 bilhão, alta de 10,4% em relação ao mesmo período do ano passado. O desempenho foi impulsionado principalmente pela performance no mercado externo e pela continuidade dos projetos de infraestrutura elétrica, especialmente no setor de Transmissão e Distribuição (T&D).
A receita operacional líquida da companhia atingiu R$ 10,207 bilhões, representando crescimento de 10,1% na comparação anual. Desse total, o mercado interno contribuiu com alta de 1%, enquanto as receitas internacionais subiram 17,3%. Segundo a empresa, se desconsideradas as recentes aquisições (Marathon, Rotor, Cemp, Volt Electric Motor e Reivax), o avanço seria de 6,3%.
- WEG (WEGE3) registra lucro de R$ 1,59 bi no 2TRI25, com avanço nas receitas no Brasil e no exterior
- WEG (WEGE3) aprova distribuição de R$ 719 milhões em dividendos intermediários
- Lucro da WEG (WEGE3) sobe 16,4% no 1TRI25 e atinge R$ 1,55 bilhão
- WEG (WEGE3) propõe aumento de capital de R$ 5 bilhões e mudanças na governança
- BTG mantém recomendação de compra para WEG (WEGE3), mas corta preço-alvo para R$ 54
