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BTG (BPAC11) projeta risco para teles com possível fim do JCP

BTG (BPAC11) projeta risco para teles com possível fim do JCP

A possibilidade de fim do JCP (juros sobre capital próprio) como fator de redução das alíquotas de impostos para pessoas jurídicas pode derrubar os lucros das empresas do setor de telecomunicações, aponta análise publicada pelo banco BTG Pactual ($BPAC11).

A possibilidade de mudança nas regras do JCP, ou simplesmente da extinção do mecanismo, está num projeto de lei enviado pelo governo ao Congresso, dentro do escopo da segunda etapa da reforma tributária. Analistas aumentam para o risco de queda nos lucros e possível aumento do endividamento das empresas.

“Esperamos que o setor de telecomunicações seja um dos mais afetados (pela mudança), com os lucros diminuindo potencialmente 17% em 2024-25”, afirmou a empresa, projetando esse impacto especialmente sobre as duas principais empresas do setor listadas na B3, a Vivo, controlada pela Telefônica Brasil ($VIVT3), e a Tim ($TIMS3).

A Claro, que completa o grupo das três principais concessionárias de telefonia em atividade no Brasil, não tem listagem em bolsa. Juntas, elas assumiram a gestão da Oi ($OIBR3), que está em processo de recuperação judicial e teve nesta semana seu stay period, período de congelamento do processo, renovado por mais 90 dias.

O BTG aponta que Telefônica/Vivo e TIM tiveram forte valorização em seus papéis, no acumulado do ano: a TIM subiu 24% e a Vivo, 18%, contra 8% do Ibovespa, e que o desempenho foi alimentado pela forte dinâmica dos lucros obtidos pelas empresas. A Vivo reportou lucro líquido de R$ 1,957 bilhão no primeiro semestre de 2023 (2TRI23), alta de 28,9% frente ao mesmo período de 2022, enquanto a Tim chegou a R$ 1,075 bilhão, alta de 46,9%.

Cotações de Tim (TIMS3) e Telefônica/Vivo (VIVT3) ao longo de 2023
Fonte: Google Finance

“Após a consolidação da Oi, um ambiente competitivo mais benigno no mercado de telefonia móvel está impulsionando melhores resultados operacionais. A aquisição das operações móveis da Oi preparou o terreno para as empresas aumentarem os preços – as receitas dos serviços móveis da Vivo e da Claro cresceram 10,4% e 11,8% a/a no 2TRI23, bem acima da inflação (3,2%)”, aponta o BTG em sua análise.

A despeito da universalização da telefonia celular, o negócio de telefonia fixa da Vivo vem crescendo desde o segundo semestre de 2021, enquanto o declínio na Claro desacelerou. No caso da Vivo, a rápida expansão da banda larga de fibra tem sido a força motriz do seu crescimento de receita.

“Dito isto, a concorrência na banda larga é forte. As empresas estão com dificuldades para aumentar os preços e as adições líquidas de FTTH estão desacelerando. Na nossa opinião, é necessária mais consolidação para melhorar o ambiente competitivo global”, aponta o texto.

Os analistas do BTG Pactual apontam ainda que a alta nas cotações puxou para cima os valuations das empresas, levando-as a negociar com prêmios em relação aos seus pares globais e à AMX, dona da Claro. A distribuição de proventos segue atraente, ao menos enquanto a legislação sobre os JCP não muda.

“TIM e Vivo estão sendo negociadas a 12,8x e 11,9x P/L, respectivamente, de acordo com a estimativa  para 2024, em comparação com pares globais a 10,9x. O dividend yield de 11% da Vivo, nessa estimativa para 2024, impulsionado por uma redução pontual de capital, é muito atraente em comparação com os seus pares nos EUA (yield de 8%). Com 7,5%, o dividend yield da TIM é um pouco menos inspirador, mas vemos potencial para aumentar a distribuição no futuro”, conclui o texto do banco.

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