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Banco do Brasil adia dividendos e reduz expectativa de distribuição de lucros em 2025

Banco do Brasil adia dividendos e reduz expectativa de distribuição de lucros em 2025

O Banco do Brasil (BBAS3) informou na noite de quarta-feira (20) que o pagamento dos dividendos referentes ao terceiro trimestre de 2025 será adiado. Inicialmente previsto para 12 de setembro, o repasse será feito apenas em 11 de dezembro, segundo fato relevante divulgado pela instituição.

A decisão frustra parte das expectativas do mercado, já que a data de setembro estava no calendário oficial de dividendos publicado pelo banco no início do ano. A mudança ocorre em meio à revisão da política de distribuição de lucros anunciada recentemente.

Na última semana, o BB confirmou que o payout — percentual do lucro destinado a acionistas — será de 30% em 2025, bem abaixo da faixa de 40% a 45% projetada anteriormente. Dessa forma, a remuneração aos investidores, seja via juros sobre capital próprio (JCP) ou dividendos, será menor do que o inicialmente previsto.

De acordo com o comunicado, a redução considera os resultados do banco e aspectos como necessidade de caixa, gestão de riscos, metas de capital, projeções de mercado e expansão da capacidade operacional.

A revisão já era aguardada por analistas e casas de investimento, que vinham sinalizando cautela em relação à sustentabilidade do pagamento de dividendos em patamares mais elevados. Algumas corretoras e bancos, inclusive, retiraram as ações do Banco do Brasil de suas carteiras recomendadas para quem busca empresas com forte perfil de distribuição de proventos.

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Com a mudança, investidores passam a observar com atenção os próximos balanços da instituição e os reflexos da política de payout mais conservadora sobre a atratividade das ações.

EQI Research aponta processo de deterioração do banco

O analista Nícolas Merola, da EQI Research, avalia que a situação do Banco do Brasil mostra sinais claros de deterioração, principalmente na carteira de crédito voltada ao agronegócio. A inadimplência e os atrasos acima de 30 dias vêm crescendo de forma acelerada, o que pressiona a rentabilidade do banco.

O ROE caiu de níveis próximos a 20% em 2024 para apenas 8% no último trimestre, refletindo lucros considerados baixos em relação ao tamanho da instituição. Merola projeta que as provisões para perdas devem seguir elevadas (cerca de R$ 15 bilhões por trimestre), dificultando a recuperação da rentabilidade.

Mesmo com revisão das projeções, o analista acredita que o mercado ainda não precificou totalmente a piora nos fundamentos. Na visão dele, as ações estão caras, especialmente diante do aumento da competição dos bancos digitais, que pressionam as margens das instituições tradicionais.

Por conta desse cenário de risco e incerteza, a EQI Research retirou as ações do Banco do Brasil (BBAS3) de sua carteira recomendada de dividendos, movimento que já evitou perdas de aproximadamente 12% para os investidores. A casa mantém postura cautelosa e só voltará a recomendar os papéis quando houver maior clareza sobre a trajetória dos resultados.

Para conferir quais ações seguem na carteira recomendada de ações, clique no botão abaixo: