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Balanço Americanas (AMER3): falta de validação dos números é considerada grave

Balanço Americanas (AMER3): falta de validação dos números é considerada grave

A Americanas ($AMER3) divulgou o balanço correspondente aos nove primeiros meses de 2023, quando registrou prejuízo líquido de R$ 4,61 bilhões — redução de 23,50% em relação ao mesmo período de 2022. O Instituto Empresa alertou, em relação ao resultado, que a situação contábil da companhia permanece grave.

A ausência de validação dos números da empresa por auditores externos, especialmente após a auditoria realizada pela BDO, é considerada extremamente grave”, afirmou o presidente do Instituto, Eduardo Silva. Segundo o executivo, ao não subscrever os balanços da Americanas, a BDO evidencia um problema fiduciário profundo.

A situação é agravada pelo reconhecimento por parte da própria Americanas de que as inconsistências podem datar de 2015, revelando uma crise de confiança que remonta a eventos anteriores significativos, como com ações da LAME3 e LAME4, a aquisição da Submarino, e emissões de debêntures.

A responsabilidade recai sobre os controladores, que detinham poder decisório sobre mudanças estruturais e a autenticidade dos balanços”, nota Silva. A preocupação, agora, se intensifica com o apontamento da BDO sobre o risco de continuidade operacional, apesar do regime de recuperação judicial e da potencial diluição dos acionistas minoritários devido ao aumento de capital social, segundo o presidente do Instituto Empresa.

A receita líquida da Americanas totalizou R$ 10,29 bilhões nos primeiros três trimestres de 2023, uma queda de 45,1% em um ano. Por outro lado, a margem bruta da companhia avançou 11,1 pontos percentuais, para 27,7% da receita líquida, refletindo a migração de categorias de baixa rentabilidade do 1P para o 3P, e a maior racionalidade de precificação e investimento em marketing na plataforma digital.

BDO não comenta balanço da Americanas

O escritório contratado para a auditoria externa das demonstrações financeiras de primeiro, segundo e terceiro trimestres da Americanas, o BDO, negou-se a dar opinião sobre os números apresentados pela companhia. As informações são do jornal Valor Econômico.

Segundo a publicação, a postura indica que auditores não teriam acesso ou como confirmar informações para realizar a avaliação dos números.

Não nos foi possível reunir evidência de auditoria apropriada e suficiente para concluir se a utilização do pressuposto de continuidade operacional é apropriada, nem tampouco quais seriam os efeitos sobre os saldos (individuais e consolidados) dos ativos, passivos e elementos componentes das informações contábeis intermediárias, individuais e consolidadas, do resultado, dos resultados abrangentes, das mutações do patrimônio líquido, dos fluxos de caixa e do valor adicionado (informação suplementar), caso as informações contábeis intermediárias, individuais e consolidadas, não fossem preparadas considerando esse pressuposto”, diz o relatório da BDO, assinado por Robinson Meira.

Meira também disse que a investigação do comitê independente sobre a fraude envolvendo a Americanas ainda está em curso, e que a BDO não teve acesso a relatórios e conclusões da investigação.

Americanas (AMER3): relembre o caso

O caso Americanas tem início com o anúncio de “inconsistências contábeis” em seu balanço em 11 de janeiro de 2023. O rombo relatado à época era de R$ 20 bilhões e acarretou na renúncia do então CEO da companhia, Sergio Rial, no cargo há 9 dias.

Posteriormente, foi revelado que as dívidas da empresa chegavam a R$ 40 bilhões. Em 19 de janeiro, a Americanas entrou com um pedido de recuperação judicial. 

Americanas perdeu 6,2 milhões de consumidores ativos em oito meses, quase 800 mil por mês, após o escândalo do rombo de R$ 40 bilhões. A empresa fechou o oitavo mês do ano com 42,9 milhões de clientes ativos – o que representa uma queda de 13% desde os 49,1 milhões registrados em dezembro.

Ações em queda

Negociadas fora do Ibovespa, as ações da Americanas ampliam as perdas nesta segunda-feira (26), ao recuar 1,92%, a R$ 0,51, na mínima do dia.

A avaliação do mercado é de que, apesar da empresa ter reduzido o prejuízo líquido do 3TRI23 em 17,8% em relação ao mesmo período do ano anterior, há preocupação com a capacidade da empresa de fazer caixa, além da forte queda na receita.

Analistas veem a alta dos papéis na primeira etapa do pregão como uma coincidência com a notícia de que a Justiça do Rio de Janeiro homologou o plano de recuperação judicial aprovado em dezembro pelos credores da companhia.