A B3, principal bolsa de valores do Brasil, anunciou os BDRs elegíveis para compor o índice Bovespa B3 BR+ (IBBR), que será atualizado no rebalanceamento previsto para setembro de 2025.
A seleção reforça o papel estratégico dos BDRs — Brazilian Depositary Receipts — no mercado de capitais brasileiro, ampliando o escopo do índice que, desde sua criação em agosto de 2024, reúne tanto empresas listadas na própria B3 quanto companhias brasileiras com ações negociadas no exterior.
O que é o índice Bovespa B3 BR+?
O Bovespa B3 BR+ foi desenvolvido para refletir o desempenho médio dos ativos de maior representatividade e liquidez na bolsa brasileira, incluindo ações, units e BDRs. Ele amplia o tradicional Ibovespa ao incorporar BDRs de empresas brasileiras listadas nas bolsas dos Estados Unidos, mas que mantêm operações significativas no Brasil. Assim, busca oferecer uma visão mais abrangente do mercado acionário nacional.
Quais BDRs passam a ser elegíveis?
A lista de BDRs elegíveis divulgada pela B3 inclui oito companhias com atuação relevante no Brasil e listagem primária nos Estados Unidos. São elas:
- AFYA LTD ($A2FY34)
- INTER CO (INBR32)
- MERCADOLIBRE (MELI34)
- NU HOLDINGS (ROXO34)
- PAGSEGURO (PAGS34)
- STONE CO (STOC34)
- VTEX ($V2TX34)
- XP INC (XPBR34)
Segundo Ricardo Cavalheiro, superintendente de Índices da B3, essa seleção considera critérios rigorosos baseados na metodologia do índice, garantindo que apenas empresas com forte ligação com a economia brasileira sejam incluídas.
Como funciona o processo de seleção?
Para participar do índice Bovespa B3 BR+, os ativos precisam atender a requisitos específicos:
- Pertencer ao Ibovespa B3 no mesmo período de rebalanceamento, no caso de ações e units.
- Para BDRs, ser de empresas brasileiras com listagem primária nos EUA e cumprir os seguintes critérios:
- Integrar os ativos que representam 85% do Índice de Negociabilidade.
- Ter presença em pregão de pelo menos 95% no período das três carteiras anteriores.
- Participar com, no mínimo, 0,1% do volume financeiro no mercado à vista.
- Não ser classificado como penny stock (preço acima de R$ 1 por mais de 30 pregões consecutivos).
Além disso, a caracterização de uma empresa como “brasileira” é feita com base na análise de sua receita, ativos, número de funcionários e presença física no país, além do modelo de negócios e histórico.
Rebalanceamentos e impacto no mercado
O Bovespa B3 BR+ passa por rebalanceamentos trimestrais, em janeiro, maio e setembro. No entanto, a revisão dos BDRs elegíveis ocorre anualmente, sempre em maio, com a implementação das alterações no rebalanceamento de setembro. A primeira prévia da nova carteira será divulgada em 1º de agosto de 2025.
Atualmente, a carteira do índice é composta por 92 ativos, incluindo 87 ações do Ibovespa B3 e cinco BDRs: Nubank, Stone, XP Investimentos, PagSeguro e Inter. Com a nova lista, o índice poderá ampliar sua representatividade, consolidando-se como um importante termômetro do mercado brasileiro, inclusive para empresas que, embora listadas no exterior, mantêm laços sólidos com o país.
Por que isso importa?
A inclusão de BDRs no índice Bovespa B3 BR+ representa uma evolução na forma como o mercado brasileiro acompanha o desempenho das empresas nacionais. Ela reconhece a crescente relevância de companhias que optaram por listar suas ações em bolsas internacionais, mas que continuam desempenhando papel fundamental na economia brasileira.
Com isso, investidores locais passam a ter um indicador ainda mais representativo da dinâmica econômica nacional, alinhando o mercado doméstico às práticas internacionais e reforçando a atratividade do Brasil para o capital global.