A agência de risco Fitch rebaixou os ratings de Default da Azul (AZUL4) de ‘B-‘ para ‘CCC’, e sua Classificação na Escala Nacional de ‘BB(bra)’ para ‘CCC(bra)’.
Além disso, a agência de risco também rebaixou as notas seniores garantidas da Azul Secured Finance LLP para ‘CCC’/’RR4’ de ‘B-‘/’RR4’ e as notas não garantidas da Azul Investments LLP para ‘CC’/’RR6’ de ‘CCC+’/’RR5’.
De acordo com o relatório, os rebaixamentos refletem o risco elevado de refinanciamento da Azul e um perfil de fluxo de caixa mais fraco, desafiado pela desvalorização do real frente ao dólar.
A Fitch acredita que a probabilidade de a empresa conseguir levantar o financiamento necessário para melhorar significativamente sua estrutura de capital ou seu perfil de fluxo de caixa neste momento foi reduzida, refletindo um risco de crédito mais compatível com uma classificação ‘CCC’.
Azul (AZUL4): Fitch vê estrutura de capital “insustentável”
A busca por uma solução está demorando mais do que a Fitch esperava inicialmente e menos favorável em termos de pacote de garantias e custos financeiros, o que leva ainda mais a uma estrutura de capital insustentável. A Azul informou que as renegociações em andamento com locadores estão evoluindo e que os termos envolvem, entre outros, uma possível troca de dívida por participação acionária na AZUL4.
As dificuldades enfrentadas pela Azul estão relacionadas à desvalorização do real, perda de cerca de 10% da receita nas operações no Rio Grande do Sul e atrasos no recebimento de novas aeronaves, o que pressiona a geração de fluxo de caixa operacional durante 2024.
Esses fatores, combinados com os altos pagamentos de juros e aluguéis e despesas de capital (capex), resulta em geração de fluxo de caixa livre negativa. O EBITDA para o segundo semestre do ano é estimado entre R$ 3,3 bilhões e R$ 3,6 bilhões, e os pagamentos de aluguel, juros e capex devem somar R$ 4,1 bilhões, segundo estimativas da Fitch.
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A Fitch acredita que a probabilidade de a Azul conseguir levantar o financiamento necessário para cobrir a queima de caixa, os vencimentos de dívida de curto prazo e recompor suas obrigações de arrendamento em condições sustentáveis foi reduzida desde a última revisão. Em 30 de junho de 2024, a Azul possuía R$ 1,5 bilhão em dívidas de curto prazo, com R$ 1,2 bilhão vencendo no segundo semestre de 2024, e cerca de R$ 1,4 bilhão em caixa disponível, segundo os critérios da Fitch.
De acordo com as estimativas da Fitch, a empresa não será capaz de gerar fluxo de caixa suficiente nem tem liquidez adequada para cumprir essas obrigações sem novos aportes. A margem de segurança para evitar um processo de default, conforme definido pela Fitch, diminuiu, dada a pressão sobre o fluxo de caixa e as renegociações ainda em andamento, o que é compatível com a categoria de classificação ‘CCC’.
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