A Azul (AZUL4) informou nesta quarta-feira (28) que teve suas classificações de risco rebaixadas para o nível mais baixo pelas agências internacionais S&P Global Ratings e Fitch Ratings. As decisões refletem o agravamento da percepção de risco de crédito da companhia aérea, em meio a desafios financeiros persistentes.
A S&P Global Ratings atualizou o rating corporativo da Azul de “CCC-” para “D”, indicando default. A agência também rebaixou a nota das dívidas seniores sem garantia com vencimento em 2026 para o mesmo nível e retirou a classificação de recuperação anteriormente atribuída, que era “6” — o menor grau da escala.
Na mesma linha, a Fitch Ratings alterou o rating global da empresa de “CCC-” para “D” e, na escala nacional, de “CCC-(bra)” para “D(bra)”. A agência também reavaliou as notas seniores garantidas da Azul Secured Finance LLP, que passaram a ser classificadas como “C”, com um rating de recuperação “RR4”. Já os títulos não garantidos da Azul Investments LLP foram reafirmados em “C” com recuperação “RR6”.
O rebaixamento simultâneo pelas duas principais agências de classificação de risco representa um sinal de alerta para investidores e reforça a percepção de vulnerabilidade financeira da companhia. A Azul vem enfrentando dificuldades em seu plano de reestruturação de dívidas e pressão de custos operacionais em meio a um ambiente macroeconômico desafiador para o setor aéreo.
A companhia não comentou, até o momento, quais medidas pretende adotar diante do novo cenário de risco.
Azul (AZUL4): recuperação judicial
Ontem (27), a $AZUL4 informou que estava prestes a protocolar um pedido de proteção contra credores com base no Chapter 11, mecanismo da legislação norte-americana equivalente à recuperação judicial, utilizado recentemente pela Gol ($GOLL4).
No primeiro trimestre de 2025, a dívida da Azul alcançou R$ 31,35 bilhões, representando um crescimento de 50,3% em comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo informações do jornal Valor Econômico, a empresa vinha conduzindo uma ampla renegociação com seus credores na tentativa de reestruturar suas finanças.
Hoje (28), mais cedo, a companhia anunciou o início de um processo voluntário de recuperação judicial nos Estados Unidos com apoio formalizado de seus principais stakeholders. A operação contempla aproximadamente US$ 1,6 bilhão em financiamento durante o processo e eliminação de mais de US$ 2 bilhões em dívidas.
O plano de reorganização prevê até US$ 950 milhões em novos aportes de capital no momento da saída do processo, incluindo uma oferta de subscrição de ações de até US$ 650 milhões com garantia firme de investidores, além de possível investimento adicional de até US$ 300 milhões por parte da United Airlines e American Airlines.