A companhia aérea Azul (AZUL4) está em fase final para protocolar um pedido de proteção contra credores sob o Chapter 11, mecanismo equivalente à recuperação judicial nos Estados Unidos ao qual a Gol (GOLL4) aderiu recentemente.
No primeiro trimestre de 2025, a dívida da Azul atingiu R$ 31,35 bilhões, um aumento de 50,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. De acordo com o jornal Valor Econômico, a companhia vinha conduzindo uma ampla renegociação com credores com o objetivo de reequilibrar suas finanças. No entanto, o processo enfrentou entraves devido à instabilidade dos mercados, influenciada por fatores como a volatilidade cambial e o aumento das taxas de juros nos Estados Unidos.
A expectativa era de que o processo fosse formalizado entre até madrugada desta quarta-feira (28). Com a medida, a Azul segue o caminho já trilhado por outras grandes companhias aéreas brasileiras após os impactos da pandemia. Até então, era a única empresa de grande porte do setor a não ter recorrido à Corte americana para reestruturar suas dívidas.
A formalização do Chapter 11 permitirá à Azul manter suas operações enquanto tenta reorganizar suas finanças sob supervisão judicial, com o objetivo de preservar valor e garantir a continuidade dos negócios.
Entenda a crise da Azul (AZUL4)
A AZUL4 vem enfrentando uma situação difícil do ponto de vista financeiro. Várias alternativas tem sido tentadas para reestruturar a companhia, como uma captação de até US$ 500 milhões por meio da emissão de notas superprioritárias, no ano passado; passando por um aumento de capital entre R$ 1,5 bilhão e R$ 6,1 bilhões até mesmo uma possível fusão com a Gol, que não se concretizou.
No fim de março, a empresa informou que estaria avaliando a possibilidade de realizar uma oferta pública primária de distribuição de ações preferenciais. Segundo a Azul, a iniciativa faz parte do processo de reestruturação financeira da companhia e poderá ajudar na recapitalização de suas operações.