Em 9 de novembro, o portal EuQueroInvestir publicou a projeção da EQI Research de reversão para os papéis de Magazine Luiza (MGLU3), depois de uma forte alta de 23,78% no pregão do dia 7.
“O ativo está em tendência de queda há bastante tempo, trabalhando com topos e fundos descendentes. Mas, no momento, sinaliza que pode estar iniciando uma reversão na tendência de curto prazo, pois não perdeu o último fundo em 1,30 e iniciou forte movimento de recuperação”, disse Thomas Abbud, responsável pela análise técnica de MGLU3 na ocasião.

Uma semana depois, a reversão de queda para alta projetada pela casa de análise pode ser conferida na imagem abaixo, capturada nesta quinta-feira (16).

O que acontece com MGLU3?
Quando subiu mais de 23% no início do mês, os papéis da Magalu estavam sendo impulsionados pelo ciclo de corte da Selic – que foi reduzida pelo Copom de 12,75% para 12,25%, no terceiro corte de 50 pontos-base promovido pela autoridade monetária.
Logo depois, a empresa divulgou seu balanço do terceiro trimestre (3TRI23), apontando lucro líquido de R$ 331 milhões, mas informando que precisou realizar ajustes nos números após a descoberta de inconsistências contábeis que resultaram em mudança no patrimônio líquido da companhia.
A empresa divulgou fato relevante para explicar que, durante investigação realizada a partir de denúncia anônima recebida em março, identificou lançamentos indevidos de bonificações em exercícios anteriores. A investigação resultou na revisão de demonstrações financeiras referentes a 2022 e aos dois primeiros trimestres deste ano.
Segundo o Magazine Luiza (MGLU3), o conselho de administração determinou a adoção de medidas de controle interno, como revisão das matrizes de risco e revisão e aprimoramento do plano sobre processos de negociação comercial, para evitar que as inconsistências ocorram novamente, mas negou que tenha havido má fé de administradores na realização dos lançamentos.
Apesar do caso, o papel da empresa subiu com força nesta quinta-feira (16), com alta de mais de 24%, cotado a R$ 2,19.

O forte avanço aconteceu após a varejista ter passado por um leilão por oscilação máxima permitida devido a uma operação com 5 mil ações entre Goldman Sachs (comprador) e XP (vendedor), ao preço de R$ 1,94.
Fora isso, dados de inflação nos Estados Unidos, ao consumidor e ao produtor, reforçaram a tese de que o Federal Reserve, banco central americano, deve mesmo encerrar o ciclo de alta de juros – o que abre espaço para mais cortes da Selic pelo Copom, o que, por sua vez, favorece as varejistas, dentre elas o Magazine Luiza.
O índice de preços ao produtor (PPI) dos Estados Unidos de outubro, indicador dos preços no atacado, caiu 0,5%, no maior declínio mensal desde abril de 2020.
Isso ocorreu um dia depois de o índice de preços ao consumidor ter permanecido estável em outubro, outro sinal encorajador para os investidores que esperam que o Federal Reserve tenha visto a trajetória da inflação esfriar o suficiente para impedir novo aumento das taxas de juros.
A inflação do consumidor ficou estável (0%) em outubro, ante alta de 0,4% em setembro e expectativa de alta de 0,1%. Na base anual, a alta é de 3,2%, de 3,7% em setembro e expectaiva de 3,3%.
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