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Ata do Copom: ritmo de cortes segue, mas incerteza fiscal aumenta

Ata do Copom: ritmo de cortes segue, mas incerteza fiscal aumenta

O Banco Central divulgou na manhã desta terça-feira (7) a ata da 258ª reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), com mais explicações sobre a decisão do último dia 1, quando a taxa Selic, taxa básica de juros da economia, foi reduzida de 12,75% para 12,25%, na terceira queda de 50 pontos-base promovida pelo comitê.

Novamente, o Copom deixou claro que o ritmo de cortes da taxa seguirá em 50 pontos-base, pelo menos nas próximas duas decisões – de 13 de dezembro e a primeira de 2024, em 31 de janeiro.

“Com relação aos próximos passos, os membros do comitê concordaram unanimemente com a expectativa de cortes de 0,50 ponto percentual nas próximas reuniões e avaliaram que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”, afirma a ata. 

gráfico Selic

Ata do Copom: comitê enfatiza risco fiscal

De novidade em relação ao comunicado emitido no dia da decisão de juros, o Copom falou com mais detalhes sobre o peso do risco fiscal nas decisões futuras:

“O Comitê vinha avaliando que a incerteza fiscal se detinha sobre a execução das metas que haviam sido apresentadas, mas nota que, no período mais recente, cresceu a incerteza em torno da própria meta estabelecida para o resultado fiscal, o que levou a um aumento do prêmio de risco. Tendo em conta a importância da execução das metas fiscais já estabelecidas para a ancoragem das expectativas de inflação e, consequentemente, para a condução da política monetária, o Comitê reafirma a importância da firme persecução dessas metas”, afirma.

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E complementa, reforçando que as expectativas para a inflação precisam de certezas fiscais para se ancorarem:

“As expectativas de inflação seguem desancoradas e são um fator de preocupação. O Comitê avalia que a redução das expectativas requer uma atuação firme da autoridade monetária, bem como o contínuo fortalecimento da credibilidade e da reputação tanto das instituições como dos arcabouços fiscal e monetário que compõem a política econômica brasileira”.

Ata do Copom: Cenário internacional segue como foco

O Copom também voltou a citar o cenário internacional como principal ponto de atenção no cenário atual.

“O cenário internacional tem se mostrado mais volátil e adverso. Há múltiplos mecanismos de transmissão da economia internacional para a economia doméstica, financeiros e econômicos, que devem ser incorporados na tomada de decisão. Um membro avalia que o cenário externo introduz um viés assimétrico altista no balanço de riscos para a inflação. Os demais membros avaliam que o cenário internacional afeta primordialmente o grau de incerteza relativo ao balanço de riscos. O Comitê é unânime em avaliar que o aumento da incerteza no cenário global exige cautela”, destaca.

O Copom explica que, passado o primeiro movimento de desinflação decorrente da normalização das cadeias produtivas após pandemia, dos efeitos iniciais dos apertos de política monetária e do arrefecimento das pressões sobre commodities, o mercado de trabalho ainda segue aquecido nas principais economias, o que pode impactar a trajetória de juros no Brasil.

Projeções para a inflação

O Copom traz ainda na ata suas projeções para a inflação: 4,7% para 2023, 3,6% para 2024 e 3,2% para 2025.

Tais projeções consideram que o preço do petróleo deve seguir a curva futura pelos próximos seis meses e deve passar a aumentar 2% ao ano posteriormente.

O Copom também trabalha com a hipótese de bandeira tarifária “verde” em dezembro de 2023, de 2024 e de 2025.

Tá, e aí?Stephan Kautz

Para Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset, a ata do Copom veio com tom ainda duro, com o comitê se mostrando preocupado com o cenário global, especialmente com a recente abertura das taxas de juros nos Estados Unidos, e com a parte fiscal no Brasil.

Isso demanda uma cautela ainda maior e as projeções subiram no horizonte relevante de 2024 e 2025, tanto por conta dos preços administrados quanto pelo hiato de atividade mais fechada. Isso preocupa a gente porque indica que o tamanho de cortes que eles possam fazer seja menor do que a gente imagina. Tínhamos 8,75% ao ano como taxa terminal para a Selic em 2024. Mas este patamar ficou mais difícil de alcançar depois do tom da ata de hoje. Estamos revisando nossos números”, aponta.

Ouça o áudio na íntegra:

Quando serão as próximas reuniões do Copom?

O Banco Central já divulgou o calendário das reuniões do Copom em 2024. Em 2023, a última reunião acontece entre os dias 12 e 13 de dezembro. Para 2024, as datas são as seguintes:

  • 30 e 31 de janeiro
  • 19 e 20 de março
  • 7 e 8 de maio
  • 18 e 19 de junho
  • 30 e 31 de julho
  • 17 e 18 de setembro
  • 5 e 6 de novembro
  • 10 e 11 de dezembro

As atas do Copom serão publicadas às 8 horas da terça-feira seguinte a cada reunião do comitê.

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