A Americanas (AMER3) informou a adesão de mais credores, com destaque para três dos maiores bancos públicos do país, a seu plano de recuperação judicial, que será votado em assembleia nesta terça-feira (19), e disse já contar com o apoio referente a mais de 60% do valor devido pela rede varejista, excluindo os créditos intercompany.
Na noite desta segunda-feira (18), a empresa informou em fato relevante o recebimento de termos de adesão subscritos por Banco do Brasil (BBAS3), Caixa Econômica Federal, Banco da Amazônia S.A. e outros detentores de títulos de valores mobiliários da companhia.
A Americanas informou ainda que o conselho de administração deliberou pelo aditamento e modificação da cláusula 5.1.4 do plano de recuperação judicial, estabelecendo que o preço de emissão das novas ações, no âmbito do aumento de capital previsto no plano, será calculado com base no critério de 1,33x o preço médio ponderado por volume de negociação das ações nos 60 dias corridos imediatamente anteriores à véspera da data da aprovação do plano.
Esse preço de emissão, assumindo a aprovação do plano nesta terça-feira, será de R$1,30 por ação. O valor ainda terá de ser submetido à deliberação da assembleia de acionistas para aprovação do aumento de capital.
Americanas (AMER3): entenda a crise
No mês passado, a Americanas (AMER3) apresentou ao mercado seu plano de recuperação judicial, na tentativa de solucionar a crise instalada no começo do ano, quando revelou fraudes contábeis da ordem de R$ 20 bilhões.
A varejista apresentou dados revisados de seus balanços de 2021 e 2022, com endividamento bruto de R$ 37,331 bilhões e dívida líquida de R$ 26,287 bilhões. A previsão é que, com a consolidação do plano, esse endividamento bruto caia para R$ 1,875 bilhão,
A proposta apresentada prevê o pagamento integral para credores com créditos de até R$ 12 mil; e a disponibilização de R$ 40 milhões para pagamento de credores com créditos superiores a R$ 12 mil e que aceitarem esse valor para quitação.
Além disso, a Americanas (AMER3) informou na semana passada que seus acionistas de referência, os empresários Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, farão um aporte de R$ 12 bilhões na empresa, incluindo valores já repassados por meio de financiamentos DIP. Desse volume total, um adiantamento de R$ 3,5 bilhões deve entrar no caixa da empresa num prazo máximo de 15 dias após a homologação do plano de recuperação judicial.
