Após o recente episódio da inconsistência de R$ 20 bilhões, a EQI Research divulgou relatório Americanas (AMER3), não recomendando a compra de ações da empresa.
Isto porque, diante do ocorrido, a empresa deverá passar por uma reestruturação que resultará em diluição da base acionária em montante ainda não definido.
Assim, a Research avalia que não se trata mais de uma empresa em que um modelo detalhado do fluxo de caixa descontado e premissas macroeconômicas são capazes de responder às flutuações de preço de suas ações e de seu valor de mercado, ao menos nesse momento.
“Mesmo após a injeção de capital, será difícil manter o nível de lucratividade histórica, pois a gestão do seu capital de giro precisará ser reestruturada e isso potencialmente reduzirá o retorno sobre capital. A recomendação nesse momento é a de não comprar as ações da companhia”, afirmou relatório da EQI Research.
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Relatório Americanas (AMER3): sócios controladores serão peças fundamentais
Diante disso, a EQI Research afirma que os sócios controladores serão considerados peças fundamentais no processo de capitalização da empresa, mas também haverá a necessidade de muita negociação com os bancos credores. “Também não está descartada a possibilidade de atuação de sócios estratégicos”, diz outro trecho do documento.
Relatório Americanas (AMER3): impactos nos fundos imobiliários
Os problemas com a Americanas (AMER3) respingam nos fundos de investimentos imobiliários (FIIs). Isso porque a rede varejista é locatária de galpões logísticos, shoppings, lojas de rua e escritórios que são parte do portfólio de alguns fundos.

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“À exceção do MAXR11 e do GGRC11, os FIIs possuem boa diversificação de inquilinos com possível impacto marginal na receita em caso de devolução dos imóveis. O investidor de fundos imobiliários está exposto ao imóvel diretamente e não ao risco de negócio que envolve a estrutura de capital da AMER3”, completa trecho do relatório.
Relatório Americanas (AMER3): Qual foi a inconsistência contábil encontrada?
As informações disponibilizadas ainda carecem de detalhamento explícito sobre as contas patrimoniais e demonstrativos impactados. Mas, em resumo, existiam modalidades de financiamento que a companhia contratou e que não estavam fidedignamente retratadas em seus números auditados e uma reclassificação seria necessária.
Tal reclassificação elevaria imediatamente os índices de endividamento da companhia o que desequilibraria o balanço financeiro da companhia e sua saúde estaria completamente comprometida.
O principal problema parece estar relacionado com operações de “risco sacado”, que nada mais é do que uma dívida a ser paga pela empresa a um fornecedor, mas que acaba sendo financiada por uma instituição financeira. Tal instituição é a detentora do risco de crédito, neste caso, o risco Americanas.
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