Na hora de investir o dinheiro, o brasileiro pode se sentir sobrecarregado diante de tantas opções, riscos e rentabilidades a analisar. Muito por conta disso, cerca de 26% dos brasileiros ainda guardam o dinheiro na caderneta de poupança. Somente 1% investe em títulos públicos via Tesouro Direto, ainda que esse investimento tenha recebido mais atenção dos brasileiros, em um cenário de juros altos.
Em 2014, o número de CPFs cadastrados no Tesouro Direto não chegava a 2 milhões. Hoje, são mais de 25 milhões. Esse crescimento vem da atratividade do investimento, que agrega segurança, e uma rentabilidade maior do que a poupança. Conheça mais sobre o Tesouro Direto para iniciantes!
Tesouro Direto para iniciantes: como investir
Investir no Tesouro Direto significa comprar títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional. Na prática, “empresta-se” dinheiro ao Governo, que, em troca, vai pagar um valor a mais como juros no momento do vencimento do título.
De maneira que o devedor é o Governo – que, na prática, não tem o mesmo risco que uma empresa de quebrar –, o risco para quem empresta acaba sendo muito menor.
O processo para investir é simples, uma vez que foi projetado para democratizar o acesso aos títulos públicos. Há quatro fases básicas: simular seu investimento e ver qual opção que melhor se encaixa no seu caso; fazer o cadastro em uma instituição financeira; depositar ou transferir o dinheiro para a instituição financeira; e começar a investir.
Além disso, é possível efetuar o cadastro e não fazer nenhum investimento de imediato. As taxas relacionadas ao Tesouro Direto só são cobradas quando são realizados os investimentos. Veja:
- Risco: Baixo ou moderado;
- Investimento mínimo: R$ 30,00;
- Resgate: Quando desejar*
- Imposto: 15% a 22,5%
Quais os tipos de Tesouro?
Para investir no Tesouro Direto, basta pouco dinheiro. O Tesouro oferece diversos títulos, que podem ser adequados para diferentes tipos de objetivos do investidor. A escolha dependerá da estratégia na hoar de investir. São eles: Tesouro Prefixado, Tesouro Selic, Tesouro IPCA, Tesouro RendA+, Tesouro Educa+.
- Tesouro Selic
O Tesouro Selic tem seu rendimento atrelado à taxa Selic, a taxa básica de juros, com liquidez diária, o que permite o resgate a qualquer momento. Por esse motivo, pode ser usado para a reserva de emergência.
- Tesouro IPCA
O Tesouro IPCA é híbrido de prefixado com pós-fixado. Sua rentabilidade varia com o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial do país. Além disso, vem acompanhado de um rendimento fixo. Ou seja, ao investir, você tem um rendimento prefixado e também o rendimento de acordo com a inflação do período.
- Tesouro Prefixado
O Tesouro Prefixado tem uma rentabilidade anual fixada na hora do investimento. Ou seja, no resgate, aquele título renderá exatamente o que foi acordado no momento da compra.
- Tesouro RendA+
O Tesouro RendA+ tem foco no longo prazo e em oferecer uma renda extra mensal por 20 anos, corrigida pela inflação, garantindo assim o poder de compra das pessoas.
- Tesouro Educa+
O Tesouro Educa+ tem objetivo de oferecer uma renda extra mensal por 5 anos, corrigida pela inflação, o que garante o poder de compra das pessoas e pode funcionar como renda complementar para custear estudos.
Tesouro ou Poupança?
A poupança deixou de ser um tipo de investimento recomendado para quem deseja ver o dinheiro rendendo. A caderneta vem perdendo recursos em série desde 2021, com impacto negativo da inflação elevada no país, o que resultou em maior endividamento das famílias – além dos juros altos.
Desde março de 2021, o BC vinha elevando juros, o que resultou em uma taxa Selic de 13,75% ao ano até o início de agosto deste ano, quando fez um primeiro corte de 0,5 ponto percentual.
Segurança do investimento
O investimento em títulos do Tesouro Direto costuma ser visto como o mais seguro do Brasil – e por isso a indicação do Tesouro Direto para iniciantes. De maneira que são emitidos pelo Governo Federal, o risco de crédito é considerado baixo, já que as chances de calote são mínimas.
Possivelmente, um calote na dívida pública só aconteceria em uma situação econômica que já teria afetado todo o mercado financeiro. Ademais, o Governo poderia emitir mais papel-moeda para realizar o pagamento, se fosse necessário.
Outro ponto relevante é o fato de as aplicações serem integralmente garantidas pelo Tesouro Nacional. A característica diverge da cobertura limitada do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), presente em alguns títulos de renda fixa — como Certificados de Depósito Bancário (CDB).
Cuidados na hora de investir
Não há como cancelar uma operação feita no Tesouro Direto. Se não houver pagamento após a confirmação do investimento, você será advertido. Em caso de reincidência, fica suspenso. O pagamento dos investimentos é feito por meio do valor disponível na conta.
Vale lembrar que o investimento ocorre em parcelas que transcorrem ao longo do período. Então, não se trata apenas de um valor, mas de um valor inicial e outros compromissados por um período. Assim, é uma forma de investir que requer consistência, o que não quer dizer que seja necessário dispor de um valor exorbitante: o valor mínimo para começar a investir é de R$ 30 por mês.
Essa consistência não obriga o investidor a se tornar um expert no assunto e acompanhar o Tesouro Direto todos os dias. Isso porque a instituição financeira pode realizar investimentos no Tesouro Direto no lugar do investidor, desde que haja autorização formal para isso.
Outro ponto importante do investimento no Tesouro Direto para iniciantes é que, caso queira tirar os títulos de uma instituição para realocar em outra, é necessário apenas solicitar a transferência à instituição de origem e informar a de destino.