O que acha de comprar um título do Tesouro para financiar os estudos universitários dos filhos? O Tesouro Nacional lançou nesta terça-feira (1) o Tesouro Educa+, um título que tem justamente o objetivo de financiar a educação do brasileiro.
A ideia do título é que o investidor vá acumulando recursos ao longo do tempo até a idade em que os filhos atinjam a idade de entrada na universidade. Então, quando os filhos iniciarem os estudos, os recursos podem ser resgatados para ajudar a pagar as despesas com a formação universitária.
O Tesouro Educa+ foi inspirado em estudos dos professores Robert Merton (Prêmio Nobel Economia 1997) e Arun Muralidhar, que introduziram o conceito de SeLFIES, (Standard-of-Living, Forward-starting, Income-only Securities), produtos financeiros que facilitam o processo de poupar para um planejamento educacional. Conforme o conceito, ele é acessível a qualquer pessoa, que pode determinar a quantidade de ativos que deseja adquirir, com taxas de retorno competitivas, de baixo custo e baixo risco.
“Esse novo título do Tesouro Direto foi especialmente desenvolvido para apoiar o ciclo educacional, fornecendo uma renda extra mensal para custear os estudos no momento em que o jovem mais precisa de apoio. Ao engajar toda a rede de suporte familiar e amigos, queremos contribuir significativamente para um futuro educacional mais sólido e seguro para nossas crianças e jovens. Essa ação pioneira reflete nosso compromisso em promover uma cultura financeira consciente desde cedo nas famílias brasileiras”, disse o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron.
Os investimentos possuem carência de 60 dias e, após esse período, é possível vender os títulos a preço de mercado. Neste título, a taxa de custódia da B3 será isenta para o investidor que carregar o investimento até a data de vencimento, com o limite de até quatro salários-mínimos de renda mensal.
O investidor que realizar o resgate antecipado dos títulos no período inferior a 7 anos pagará taxa sobre o valor de resgate de 0,50% ao ano. Entre 7 e 14 anos, a taxa cobrada será de 0,20% a.a. Acima de 14 anos, 0,10% a.a. O vencimento do título só ocorre após o final dos 60 fluxos mensais de pagamentos.
Será possível investir de 3 a 18 anos e, a partir da data escolhida, receber o retorno do investimento, corrigido pela inflação, em parcelas mensais, durante 5 anos. O valor mínimo de cada aplicação é de R$ 30.
A ideia dos fluxos mensais ao longo desses cinco anos é que eles sejam recebidos pelos investidores após os filhos entraram na universidade, sempre a partir de 15 de janeiro do ano escolhido.
Por exemplo: digamos que uma pessoa tenha filhos hoje na idade de dez anos. Ele programa, então, aportes para até daqui a oito anos. Quando os filhos completarem 18 anos – idade média de entrada em universidade –, o resgate dos recursos é feito e o fluxo de investimentos começa a ser recebido.
Tesouro Educa+ vai utilizar simulador para calcular investimentos
Segundo o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, o sistema irá disponibilizar um simulador de investimentos para saber o quanto os pais precisarão aportar ao longo do tempo para ter o valor necessário quando ocorrer o resgate.
A taxa de custódia será 0 até determinado nível de investimentos. A comercialização dos títulos já começa hoje.
Como calcular?
Conforme estimativas divulgadas pelo Tesouro, a fim de assegurar que um jovem obtenha uma renda mensal de R$ 500 ao longo de 5 anos por meio do programa Educa+, seria necessário que a família realizasse os seguintes investimentos:
- Contribuição de R$ 81 mensais ao longo de 18 anos, iniciando o investimento quando o filho tiver menos de 1 ano de idade.
- Contribuição de R$ 164 mensais ao longo de 11 anos, com início do investimento quando o filho já estiver com 7 anos.
O secretário do Tesouro observa que o valor de R$ 500 corresponde à média das mensalidades de cursos híbridos ou a distância oferecidos por instituições de ensino superior privadas.
Tesouro Educa+ vem depois do RendA+
No começo deste ano, o Tesouro Nacional havia lançado a modalidade RendA+, que permite que o investidor planeje uma data para a aposentadoria e receba uma renda extra mensal por 20 anos.
Com quase meio ano de funcionamento, o Tesouro RendA+ já tem R$ 1,033 bilhão em estoque entre os investidores, segundo o Tesouro Nacional.
Nos cinco primeiros meses de operação, as compras somaram R$ 870,9 milhões. A diferença entre esse valor e o estoque superior a R$ 1 bilhão deve-se ao rendimento desses títulos no mercado financeiro.
O que é o Tesouro Direto?
O Tesouro Direto é uma plataforma de investimento criada pelo governo brasileiro por meio do Tesouro Nacional. Sua proposta é descomplicar o acesso a títulos públicos, permitindo que investidores de todos os perfis possam adquiri-los de forma direta, sem intermediários. Isso significa que, através do Tesouro Direto, qualquer cidadão pode se tornar um financiador do governo e, em troca, receber juros sobre o valor investido.
Uma das grandes vantagens do Tesouro Direto é sua simplicidade de funcionamento. Com apenas alguns cliques, investidores podem escolher entre diferentes tipos de títulos públicos, cada um com características específicas. Além disso, a plataforma oferece informações claras e transparentes sobre prazos, taxas e projeções de rendimentos, auxiliando na tomada de decisões informadas.
A segurança é um dos pilares fundamentais do Tesouro Direto. Os títulos públicos são considerados um dos investimentos mais seguros do mercado, uma vez que são emitidos pelo governo federal. Isso reduz significativamente os riscos associados à inadimplência, tornando o Tesouro Direto uma opção atrativa para investidores preocupados com a preservação de seu capital.
O titulo do tesouro é indicado para uma ampla gama de investidores, desde aqueles que estão dando seus primeiros passos no mundo dos investimentos até os mais experientes que buscam diversificar sua carteira. É uma excelente alternativa para quem deseja planejar seu futuro financeiro, construir reservas para emergências ou realizar projetos de longo prazo.
Atualmente, o programa conta com mais de 2,2 milhões de investidores ativos e mais de R$ 120 bilhões de estoque. A emissão de títulos é 100% garantida pelo Tesouro Nacional. As negociações são realizadas pela internet e o valor mínimo de investimento é de aproximadamente R$ 30,00.
O produto oferece títulos com diferentes tipos de rentabilidade (prefixada, ligada à variação da inflação ou à variação da taxa de juros básica da economia – Selic), diferentes prazos de vencimento e fluxos de remuneração. Além disso, oferece liquidez diária e liquidação de resgate no mesmo dia, sendo a aplicação de menor risco de crédito do mercado.
Em janeiro de 2023, começou a ser negociado o Tesouro Renda+, Aposentadoria Extra, que amortiza todo o fluxo investido no produto em 240 prestações mensais, com o objetivo de ser uma renda auxiliar no período da aposentadoria. O título já conta com 52 mil investidores e mais de R$ 1 bilhão em volume aplicado.
Como investir no Tesouro Direto?
Antes de embarcar nessa jornada, é fundamental compreender os fundamentos do Tesouro Direto. C;omo visto antes, trata-se de um programa governamental que permite aos investidores adquirirem títulos públicos diretamente do Tesouro Nacional. Esses títulos são, essencialmente, empréstimos que você faz ao governo e, em troca, recebe juros sobre o valor investido.
No Tesouro Direto, você se depara com uma série de títulos, cada um com características específicas. Do Tesouro Selic, que acompanha a taxa básica de juros, aos Tesouros Prefixados e aos Tesouros IPCA+, atrelados à inflação, as opções são variadas – além do Tesouro RendaA+, voltado para financiar a aposentadoria, e o novo Educa+, voltado ao financiamento estudantil. Escolher o título certo exige compreensão de suas metas financeiras e apetite por riscos.
A porta de entrada para o Tesouro Direto é sua plataforma online. Cadastre-se no site oficial do Tesouro Nacional e crie sua conta. A plataforma oferece informações detalhadas sobre cada título, incluindo taxas, prazos e históricos de rendimento, para ajudá-lo a tomar decisões embasadas.
Após selecionar o título que se alinha com seus objetivos, é hora de investir. Você pode começar com um valor relativamente baixo, tornando o Tesouro Direto acessível para investidores de todos os tamanhos. Utilize a plataforma para fazer a compra de títulos de forma simples e segura.
O investimento não é uma rota de curto prazo. Os títulos têm prazos variados, e muitos são indicados para quem busca investir a médio ou longo prazo. Além disso, é importante acompanhar regularmente o desempenho dos seus investimentos e considerar ajustes à medida que suas metas evoluem.
Também é possível investir por meio da corretora: o investidor adquire por meio da plataforma de escolha o título que pretende adquirir e então faz o aporte previsto.
O Tesouro Direto é mais do que uma modalidade de investimento. É uma passagem para fortalecer sua saúde financeira e concretizar seus objetivos. Ao entender os passos essenciais para navegar nesse cenário, você está pronto para dar o primeiro passo em direção a um futuro financeiro mais sólido e próspero. Portanto, prepare-se para explorar as oportunidades que o Tesouro Direto oferece e faça sua jornada de investimento começar a render frutos.
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