Ana Luiza McLaren, fundadora do Enjoei (ENJU3), não tem nada a ver com a famosa equipe de Fórmula 1. Ou quase nada. Ela não compartilha laços de sangue com ninguém do time esportivo, mas, quando o assunto é velocidade na busca pelo sucesso, são iguais.
A executiva criou, ao lado do parceiro Tiê Lima, em 2009, um blog que permitia às pessoas vender e comprar roupas usadas. Uma espécie de brechó online.
O “brechó”, no entanto, cresceu e, com apenas 11 anos de vida, fez uma IPO de R$ 1,13 bilhão na B3.
“Apesar de inicialmente ser um blog, a nossa ideia sempre foi desenvolver o Enjoei pensando que poderia virar uma grande empresa”, confessou McLaren, ao podcast Do Zero ao Topo.
Confira a seguir mais um pouco da história de sucesso de Ana Luiza McLaren.
Ana Luiza McLaren:o começo do Enjoei
O Enjoei, como dissemos, nasceu em 2009 de forma tímida, e ficou assim em seus primeiros três anos. Até que um dia Tiê Lima resolveu pedir demissão e transformar o pequeno blog em um negócio lucrativo.
A meta inicial, em uma rápida conversa por telefone do casal, era saber se seria possível vender 23 peças por dia para, ao menos, o negócio conseguir se pagar. Mal imaginavam Tiê e Ana Luiza McLaren que aquilo seria, realmente, só o começo.
Ana Luiza McLaren: a trajetória
O tino e a coragem de Tiê, junto com o entusiasmo de Ana Luiz McLaren, atraíram a atenção de investidores de peso: o fundo brasileiro Monashees e o americano Bessemer, a gestora carioca Dynamo e até o grupo de mídia Globo entraram na história ao longo dos anos, a o resultado não poderia ser outro.
Até o fim de 2020, o Enjoei tinha quase 800 mil clientes ativos e mais de 680 mil vendedores ativos. O número de usuários cadastrados é ainda maior, e já ultrapassou a casa dos 8 milhões, dando indícios de que o negócio, que já é grande, pode se tornar ainda maior.
Ana Luiza McLaren e o futuro do Enjoei
O futuro do Enjoei, ao menos no que depender de Ana Luiza McLaren, será realmente gigantesco. Muito por conta da decisão de abrir a empresa em 2020.
“Queremos que, no futuro, uma a cada duas peças compradas na internet passe pelo enjoei”, avisou a executiva, em entrevista recente para a CNN Brasil.
A ousadia da declaração é embasada na estrutura que hoje existe por trás do antigo blog. No terceiro trimestre do ano passado, o brechó virtual teve média de 110 mil peças novas cadastradas para venda diariamente, ou 3,3 milhões no total.
O fato de ainda não ter registrado sequer Ebitda (lucro operacional) após a IPO foi minimizado por Ana Luiza McLaren. Em junho deste ano, foi divulgado que o Ebitda foi negativo em R$ 12,4 milhões contra positivo de R$ 960 mil no 1T20.
“Acho engraçado como dão foco para prejuízo quando a gente divulga resultado, como se a gente fosse empresa madura. Aquele número lá, na verdade, é investimento em crescimento. É compra de tempo e de usuário. Se a gente quisesse ser rentável agora, parava de crescer e daria lucro. Mas não tem sentido”, comentou, Ana Luiza McLaren à revista Exame.
E ela parece ter razão, já que o mesmo balanço apontou que a receita líquida (vendas) subiu 54% no período, chegando a R$ 24,2 milhões, enquanto o lucro bruto fechou em R$ 6,8 milhões, alta de 8,4% em relação ao 1T20.
Moeda própria, outra arma do Enjoei de Ana Luiza McLaren
Nem só de vender e comprar roupas usadas vive o Enjoei. O futuro da companhia também está de olho na diversificação e nas novas tendências.
Ana Luiza McLaren criou recentemente o enjuBank, que permite ao usuário receber dinheiro e manter em uma conta própria. Para isso, paga R$ 1,50 a cada saque inferior a R$ 200, além de uma taxa de manutenção mensal.
“O nosso motor é flex. O que buscamos inicialmente é aumentar nosso inventário e, consequentemente, nossa liquidez. Hoje em dia, todo mundo tem sua wallet, e nós também temos nossa moeda própria. Se conseguirmos incluir isso no nosso business, envolvendo também as empresas parceiras, ótimo”, comentou, ao site da CNN.
Parcerias
Entre as parceiras citadas por Ana Luiza McLaren está o Grupo Globo, um dos maiores investidores no Enjoei.
Em entrevista ao Meio & Mensagem, a Ana Luiza McLaren revelou como surgiu essa união, e o quão benéfica foi para o Enjoei.
“Sempre vimos empresas de internet que mudaram efetivamente de patamar quando investiram em TV e começamos a estudar esses cases. Fomos em agências para entender como isso funcionava, o quanto era preciso em termos de investimento. Aí, bem nesse momento, o Grupo Globo entrou com a proposta de sociedade”.
A parceria rendeu até um programa no canal GNT, chamado “Desengaveta”, e que contou com a participação da atriz Fernanda Paes Leme. Nele, peças que não eram mais usadas por celebridades eram “desapegadas” (Desapega é o slogan do Enjoei, para quem não sabe) e colocadas no site. Todo o dinheiro foi direcionado ao INCAvoluntário.
Outra parceira de peso do Enjoei é a rede varejista de roupas C&A. O programa chamado “Novo de Novo” dará à rede uma vitrine especial dentro do Enjoei. Além disso, os usuários poderão usar os créditos acumulados no enjuBank para compras na C&A.
Aparentemente, mais um tiro certo de Ana Luiza McLaren e seu time, que seguem acelerando (com o perdão do trocadilho) rumo a muitos outros milhões.
RAIO X de investimentos Enjoei
Quando conhecemos os fundadores do Enjoei, facilmente conseguimos entender de onde eles tiraram essa ideia.
Por um lado, Ana Luiza sempre foi uma vendedora nata. Desde criança, gostava de ganhar dinheiro vendendo coisas para os amigos e para a família. Já o Tiê sempre foi aficionado por design e computação, ou seja, possui um viés mais artístico.
Ambas as paixões se uniram quando Ana e Tiê se encontraram e descobriram o mundo do e-commerce. Os dois empreendedores se conheceram quando trabalhavam no Shoptime, uma espécie de embrião do e-commerce no Brasil.
Quando Ana e Tiê perceberam que dava para transformar a ideia do blog em um negócio maior, foram atrás de quem pudesse comprar esse plano.
Dessa forma, em 2012, encontraram um investidor anjo que colocou R$ 300 mil no negócio. Isso foi o suficiente para transformar o projeto em uma loja virtual que começou a faturar cerca de R$ 3 milhões por ano.
Logo depois, o empreendimento recebeu um novo aporte. Dessa vez, o valor foi de R$ 25 milhões, sendo que os recursos foram utilizados para construir o aplicativo da Enjoei. Com o app, lançado em 2014, a loja chegou a 500 mil vendedores na plataforma no ano seguinte.
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