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Como reinvestir dividendos: saiba como potencializar os seus investimentos

Como reinvestir dividendos: saiba como potencializar os seus investimentos

A renda variável pode gerar diferentes emoções nos investidores. Há momentos de euforia e desânimo que podem afastar aqueles com um perfil mais conservador ou moderado

No entanto, existe uma estratégia para potencializar os lucros ou amenizar as perdas: o reinvestimento dos dividendos. Estudos mostram que reinvestir em ações ou Fundos Imobiliários (FIIs) pode praticamente dobrar o investimento ou reverter uma perda em valorização do ativo. 

Diante disso, o portal EuQueroInvestir explica como reinvestir dividendos para melhorar o desempenho da carteira de investimentos.

Reinvestir dividendos: qual a estratégia?

A estratégia de reinvestir os dividendos consiste em utilizar os recursos obtidos desses dividendos para adquirir mais ações de uma empresa ou FIIs. 

Por exemplo, a Vivara (VIVA3) anunciou o pagamento de dividendos no dia 26 de maio, no valor de R$ 0,364192307 por ação, com o ativo cotado a R$ 24,76 nesta segunda-feira (22). Suponha que você possua 1.000 ações da Vivara, o que resultará em R$ 364,19 de dividendos. Com esse valor, seria possível reinvestir em aproximadamente 14 ações da empresa.

Ao reinvestir os dividendos, você aproveita os benefícios da chamada bola de neve. Esse conceito se baseia nos juros compostos, em que os retornos gerados pelos seus investimentos são reinvestidos, resultando em um aumento exponencial do seu patrimônio ao longo do tempo. 

Conforme os dividendos são reinvestidos, o montante investido aumenta, o que por sua vez gera mais dividendos a serem reinvestidos. Esse ciclo de reinvestimento contínuo potencializa o crescimento dos seus investimentos, permitindo que você acumule patrimônio de forma mais rápida e eficiente.

É importante ressaltar que o reinvestimento não precisa ser feito na mesma empresa de origem. O investidor pode direcionar esses recursos para outro ativo que apresente um histórico mais consistente de valorização ou aproveitar uma oportunidade de entrada em outro ativo promissor.

Vale mencionar que algumas empresas são conhecidas por serem pagadoras recorrentes de dividendos, oferecendo aos investidores a oportunidade de participar do Plano de Reinvestimento de Dividendos (PRD). O PRD permite que os investidores reinvestam os proventos automaticamente. No caso de empresas que não oferecem o PRD, basta o investidor adquirir novas ações por conta própria.

Os efeitos de reinvestir dividendos

Foto de um cofrinho de ouro com pilhas de dinheiro de moedas de ouro e negócios de seta crescente e ilustração 3d de fundo de investimento de poupança financeira

Como destacado anteriormente, a estratégia de reinvestimento é mais eficaz quando considerada a longo prazo, devido ao efeito bola de neve que pode gerar. No entanto, alguns investidores podem se sentir desapontados no curto prazo, pois não percebem diferenças imediatas. 

Isso leva muitos a desconsiderar o reinvestimento de dividendos como uma estratégia efetiva. Contudo, é importante compreender que o diferencial dessa estratégia está justamente em olhar para o longo prazo.

Um exemplo simples ilustra essa ideia. Se alguém investisse R$ 100 na Ambev (ABEV3) em 1994 e reinvestisse os dividendos em ações da própria empresa, teria aproximadamente R$ 25 mil ao final de 2017. Por outro lado, aqueles que não reinvestiram os lucros teriam acumulado apenas R$ 11 mil. 

É evidente que o investidor que reinvestiu os dividendos obteve mais que o dobro do valor do que aquele que apenas comprou ações.

Esse exemplo expõe o efeito positivo do reinvestimento em carteiras focadas em dividendos, em que o potencial de crescimento é ainda maior. 

Uma carteira de dividendos bem estruturada recebe aportes mensais, dos quais você pode usar todo o valor ou apenas uma parte para reinvestir em novos ativos. Ao fazer isso, você adquire mais ações e aumenta o rendimento proveniente dos dividendos. Como resultado, você amplia sua participação e, na próxima vez, receberá uma quantidade maior de dividendos. 

No longo prazo, esse ciclo faz com que você acumule um valor considerável em dividendos, que podem ser reinvestidos para aumentar ainda mais sua participação.

Exemplos práticos de reinvestimentos

Saindo de uma análise mais teórica e partindo para uma mais prática com um estudo de caso que a TradeMap fez a pedida da Bora Investir, um blog da B3 (B3SA3). O levantamento revela que reinvestir os dividendos pode mais do que dobrar o retorno ao acionista, se comparado com números sem o reinvestimento dos dividendos.

Além de maximizar lucros, reinvestir dividendos ameniza perdas que o investidor pode ter ao longo de um período.

O estudo da TradeMap traz o reinvestimento de dividendos realizado a partir da recompra da mesma ação. Por exemplo, ao adquirir ações preferenciais da Petrobras (PETR4) e reinvestir os dividendos recebidos em mais ações da PETR4, o lucro obtido corresponde a 88,98% do valor inicialmente investido. Por outro lado, aqueles que não reinvestiram tiveram um lucro de apenas 12,47% do valor pago.

Em alguns casos, o reinvestimento protege o investidor contra possíveis perdas. Um exemplo é a Gerdau Metalúrgica (GOAU4). Os investidores que não reinvestiram tiveram um prejuízo de 12,57%. Já aqueles que reinvestiram tiveram um ganho de 8,17%.

Veja a tabela abaixo com alguns casos de valorização das ações com reinvestimento de dividendos:

Empresa TickerDividendos (%)Retorno com reinvestimento (%)Retorno sem reinvestimento (%)
Petrobras (PN) PETR4 57,46 88,98 12,47
Petrobras (ON) PETR3 56,24 96,31 20,92
Gerdau Metalúrgica (PN) GOAU4 18,07 8,17-12,57
Braskem (PNA) BRKM5 16,37 -32,22 -42,34
CPFL (ON) CPFE3 15,25 50,66 33,63
Bradespar (PN) BRAP4 15,22 22,17 -52,34
Taesa (UNT) TAEE11 14,46 22,34 7,62
Cemig (PN) CMIG413,84 29,23 13,85
Banco do Brasil (ON) BBAS312,40 48,35 34,28
Gerdau (PN) GGBR4 11,31 5,78 -6,53
Fonte: TradeMap

Exemplo de reinvestimento em dividendos de FIIs

O mesmo exercício pode ser aplicado nos FIIs. Em uma simulação de reinvestimento, foram analisados os dividendos do fundo imobiliário Kinea Rendimentos Imobiliários (KNCR11) ao longo de dois anos. 

Ao investir R$ 10 mil em cotas do KNCR11, o investidor que optasse por não reinvestir em novas cotas do fundo teria um aumento de cerca de 14% no valor de suas cotas, chegando a um total estimado de R$ 11.475,52.

Por outro lado, caso o investidor decidisse reinvestir os dividendos, seu patrimônio teria um aumento de quase 32%, alcançando um montante de R$ 13.194,49. 

Nesse exemplo com o KNCR11, o patrimônio final daqueles que reinvestiram os dividendos considera o valor inicial investido, a variação das cotas do fundo no mercado e os dividendos recebidos ao longo de dois anos (totalizando R$ 1.653,96), que foram utilizados para adquirir novas cotas do fundo, gerando assim novos proventos.

No caso dos investidores que não reinvestiram os dividendos, o patrimônio final em KNCR11 é menor. Durante os dois anos, eles receberam um total de R$ 1.550,08 em rendimentos, pois não adquiriram novas cotas do fundo que aumentariam a geração de dividendos.