A Volkswagen (ETR: VOW3) avalia o fechamento de fábricas na Alemanha pela primeira vez em sua história, em um cenário de confronto com sindicatos locais. O setor, que é o mais importante da economia do país, passa por obstáculos. As informações são da Bloomberg.
Entre as medidas, há a possibilidade de encerrar o acordo de 30 anos da Volkswagen com os trabalhadores para manter os empregos seguros, informou a empresa.
Um fechamento de fábricas na Alemanha é algo inédito nos 87 anos de história da Volkswagen. Na véspera, as ações da companhia fecharam em alta de 1,3% com a notícia. No ano, no entanto, acumulam perdas de mais de 14,81% neste ano.
O principal foco da VW é sua marca homônima de carros de passeio com menor desempenho. Isso porque as margens de lucro têm sido pressionadas pela transição para veículos elétricos e pela desaceleração dos gastos dos consumidores.

“O ambiente econômico tornou-se ainda mais difícil e novos players estão entrando na Europa”, disse o CEO Oliver Blume em comunicado. “A Alemanha, como ambiente de negócios, tem ficado cada vez mais para trás em termos de competitividade.”
Disputa trabalhista segue como obstáculo para Volkswagen
Uma disputa trabalhista completa seria um grande desafio para o CEO, que também lidera a Porsche, ainda considerando que conflitos sindicais já derrubaram antecessores na companhia.
Além disso, elevar retornos da marca Volkswagen tornou-se algo mais difícil com o aumento dos custos de logística, energia e mão-de-obra. A margem da marca caiu para 2,3% durante o primeiro semestre, em comparação com 3,8% no ano anterior.
A companhia também perdeu força em seu maior mercado, a China, com sua linha de modelos elétricos, que ficou muito atrás dos concorrentes. Por outro lado, carros elétricos chineses mais baratos têm surfado uma onda positiva na Europa.
A Volkswagen emprega cerca de 650 mil funcionários em todo o mundo, sendo que cerca de 300 mil estão na Alemanha.