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Toyota e Daimler fecham fusão de R$ 35,5 bilhões reagindo à pressão chinesa

Toyota e Daimler fecham fusão de R$ 35,5 bilhões reagindo à pressão chinesa

A Toyota e a Daimler Truck anunciaram a conclusão de uma fusão estimada em R$ 35,5 bilhões entre suas divisões de veículos comerciais no Japão. A união, que envolve a Hino Motors, subsidiária da Toyota (TM; TMCO34), e a Mitsubishi Fuso Truck and Bus, controlada pela Daimler (MBG), surge como resposta direta ao crescimento agressivo das montadoras chinesas em tecnologias de eletrificação e direção autônoma.

A operação cria um dos maiores conglomerados do setor de veículos pesados da Ásia, com vendas superiores a 200 mil unidades anuais e foco em caminhões e ônibus movidos a hidrogênio e eletricidade. O movimento é estratégico: a indústria de transporte de cargas, marcada por longas distâncias e necessidade de reabastecimento rápido, ainda carece de soluções robustas — e o hidrogênio pode ser a aposta certa.

Fusão mira futuro com energia limpa e escala global

A nova empresa nasce em um contexto de rápida transformação tecnológica. Enquanto os veículos de passageiros se voltam às baterias, o transporte rodoviário comercial busca alternativas mais eficientes. A Toyota, líder em desenvolvimento de células de combustível, vê nesse setor uma oportunidade para consolidar sua tecnologia de hidrogênio.

Karin Rådström, CEO da Daimler Truck, sintetizou a lógica do negócio: “Unindo dois parceiros fortes, criaremos uma empresa ainda mais poderosa e vamos avançar na descarbonização do transporte”. Segundo ela, “escala é a chave para vencer a transformação tecnológica da nossa indústria”, de acordo com informações da Folha de S. Paulo.

Problemas no caminho e impacto global

A fusão não veio sem percalços. Em fevereiro de 2024, o processo foi adiado após escândalo de falsificação de dados de motores na Hino. A crise levou a empresa a pagar R$ 6,67 bilhões em acordos com autoridades dos EUA. Apesar do prejuízo, o acerto destravou o caminho para a fusão.

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Além disso, as duas companhias vinham perdendo espaço no mercado e enfrentando tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos. Mesmo assim, analistas do Jefferies avaliam o valor de mercado da nova entidade em torno de R$ 32 bilhões, com base no lucro operacional.

Reposicionamento global e aposta no hidrogênio

O acordo reforça também os laços industriais entre Japão e Alemanha em torno do hidrogênio. A nova holding será listada na bolsa japonesa e deve começar a operar até abril de 2026, sob o comando de Karl Deppen, atual CEO da Mitsubishi Fuso.

Como parte do processo, a Toyota assumirá a planta da Hino em Hamura, usada para produzir modelos como Hilux e Land Cruiser 250, por R$ 834 bilhões. Paralelamente, a Toyota se prepara para uma reestruturação ainda maior com o fechamento de capital da Toyota Industries, avaliado em R$ 183,5 bilhões.

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