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IPO à vista: o que se sabe sobre Sky Xu, fundador da Shein 

IPO à vista: o que se sabe sobre Sky Xu, fundador da Shein 

O discreto bilionário chinês Sky Xu, fundador do grupo Shein, estará sob os holofotes em breve. A varejista protocolou pedido de oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) em Nova York. A empresa chinesa de fast fashion foi avaliada em US$ 100 bilhões e planeja abrir capital em 2024.

Até então, há poucas informações disponíveis sobre o homem cuja empresa ficou ainda mais evidente por conta das redes sociais – sobretudo durante a pandemia. 

O site da Shein na internet não tem nenhuma foto de Sky Xu, que nunca deu entrevistas, nem faz postagens online há oito anos. Seus próprios funcionários brincam que não o reconhecem no escritório, de tão reservado que é. 

Quem é Sky Xu, fundador da Shein?

Nos últimos dois anos, o bilionário chinês mudou seu nome em inglês de Chris para Sky. Segundo o Financial Times, fontes que trabalharam com o executivo o descrevem como uma pessoa de óculos “tímida”, ou um pouco “àspera”.  

A estratégia de permanecer em silêncio é justificada pelo escrutínio recente da China e dos EUA sobre os magnatas chineses, disse uma fonte. Como exemplo, o castigo público de Pequim a Jack Ma, o fundador do Alibaba (BABA; $BABA34). Ma, inclusive, ficou fora do holofote por anos desde 2020. O empresário da gigante de e-commerce anos se manteve discreto desde que criticou reguladores financeiros da China.

Xu não fala inglês e pouco se sabe sobre ele. O executivo mora em Singapura e, no pouco tempo em que não está trabalhando, joga partidas de golfe com outros empresários chineses que se mudaram para o país.

Ele reconheceu rapidamente o potencial da internet para provocar uma ruptura no comércio. Isso ao prestar atenção no sucesso do Alibaba, que ganhou a confiança dos consumidores por meio de suas diversas linhas de produtos e avaliações de usuários. Enquanto o grupo chinês vendia produtos feitos na China para consumidores chineses, Sky Xu tentou replicar esse modelo no mundo exterior.

A receita mágica por trás da Shein combina a capacidade de fabricação chinesa com algoritmos sofisticados que podem antecipar as mudanças nos gostos dos consumidores. Seus algoritmos vasculham as redes sociais e os sites de compra online, divulgando novas ideias de design baseadas em itens da moda. Essas ideias são transmitidas para os estilistas, que repassam suas criações para fabricantes contratados em Guangzhou, fazendo – inicialmente – pequenos pedidos, que são posteriormente aumentados se os produtos começarem a vender bem.

Esse modelo tem uma desvantagem para os fabricantes: lotes pequenos normalmente significam que vão perder dinheiro. No entanto, a Shein afirma que suas fábricas não seguem essa cartilha. Isso porque um produto pode viralizar – e ela paga em dia. 

O sucesso (gigante) da Shein

A Shein foi fundada em 2008, mas demorou uma década para que suas vendas deslanchassem. A empresa, que envia mercadorias diretamente das fábricas na China para os compradores no Ocidente, se destaca por preços mais baratos, tendências e entregas rápidas.

A pandemia acelerou o crescimento da Shein, com as receitas passando de US$ 1,3 bilhão em 2018 para US$ 22,7 bilhões em 2022, segundo uma apresentação a investidores que o Financial Times teve acesso. 

No primeiro semestre deste ano, a receita da Shein foi de US$ 14,7 bilhões, ultrapassando a Zara.

Mesmo em um mercado fraco de IPOs, bancos de investimentos famintos por negócios buscam uma fatia da listagem da Shein. Seus investidores incluem o fundo soberano de Abu Dhabi, o Mubadala, o grupo de capital de risco Sequoia China, e o grupo de private equity General Atlantic. 

A Shein busca um valuation de US$ 90 bilhões em sua oferta inicial de ações nos EUA. O valor almejado supera o que a chinesa alcançou em uma rodada de investimento privada no início do ano, que avaliou o negócio em US$ 64 bilhões. Se bem-sucedida, ainda faria dela uma das maiores listagens ocorridas nos EUA na última década. 

A Shein contratou Donald Tang, ex-banqueiro de investimentos do Bear Stearns, e o ex-presidente-executivo da SoftBank Group International Marcelo Claure para serem suas faces externas.