A Petrobras (PETR4) confirmou na noite da última quarta-feira (4) que o presidente do Conselho de Administração da estatal, Pietro Adamo Sampaio Mendes, foi indicado pelo Ministério de Minas e Energia para ocupar uma diretoria na Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
A indicação será submetida à Casa Civil e, caso aprovada pela Presidência da República, passará por sabatina no Senado Federal antes de ser oficializada. Mendes continuará exercendo sua função na Petrobras durante o processo.
A saída de Mendes é vista como o início de uma série de mudanças tanto na Petrobras quanto na ANP, uma vez que revela o aumento da pressão do governo federal sobre este setor.
O substituto de Mendes na presidência do Conselho deve ser escolhido pelo Partido dos Trabalhadores (PT), com nomes do Ministério da Casa Civil liderados pelo ministro Rui Costa ganhando destaque.
Entre os nomes mais cotados para a vaga está o economista Bruno Moretti, considerado favorito segundo o Estadão/Broadcast. Outros nomes como Vitor Saback e Renato Galuppo também figuram como possibilidades, enquanto a coluna de Malu Gaspar no O Globo sugere que o advogado Benjamin Alves Rabello poderia assumir o cargo.
Petrobras: mudanças no conselho e estratégia governista
A substituição de Mendes foi planejada para preservar a configuração de forças no Conselho de Administração da Petrobras, composto por 11 membros, dos quais seis são indicados diretamente pelo governo federal.
A expectativa é que Pietro Mendes renuncie antes ou durante a reunião do colegiado marcada para 20 de dezembro, abrindo caminho para a oficialização do novo presidente do Conselho.
De acordo com o Estadão, fontes ligadas às negociações destacaram que o alinhamento entre os ministros Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Rui Costa (Casa Civil) é determinante para a estratégia de mudanças. No entanto, o conselheiro Rafael Dubeaux, ligado ao Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é visto como uma voz potencialmente dissonante dentro do colegiado.
A saída de Mendes também cria uma vaga no Conselho, que poderá ser ocupada por Rabello. Apesar de já ter sido indicado anteriormente, o advogado não conseguiu os votos necessários na ocasião. Sua entrada no colegiado consolidaria a presença de indicados alinhados ao governo Lula.
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Reestruturação da Petrobras
Desde que Magda Chambriard assumiu a presidência da Petrobras, em substituição a Jean Paul Prates, a estatal tem passado por uma reorganização.
O governo federal, sob a liderança de Lula, ampliou sua influência na companhia, com nomeações estratégicas em áreas como exploração, engenharia e transição energética.
Essas mudanças evidenciam a parceria entre o Ministério de Minas e Energia, a Casa Civil e entidades como a Federação Única dos Petroleiros (FUP), vinculada à CUT.
Nos primeiros 100 dias da gestão atual, mais de 30 nomes ligados ao governo assumiram cargos-chave na estatal, reforçando um modelo de governança baseado em uma coalizão de forças políticas e sindicais.
As definições finais sobre as mudanças, incluindo as novas indicações, serão ratificadas em assembleia de acionistas marcada para 16 de abril de 2024.
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