O economista Pérsio Arida ajudou a formular o Plano Real e pode integrar o novo governo em 2023. Isso porque ele está cotado para assumir como ministro do Planejamento de Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP) ou, no mínimo, exercer alguma função executiva nesta pasta ou na da Fazenda – cujo nome mais cotado para assumir como titular é Fernando Haddad.
Nascido em 1952 em São Paulo, Pérsio Arida é um estudioso da inflação no Brasil, o que faz com que suas pesquisas jamais acabem, em tese, visto que a elevação generalizada dos preços no país é uma constante, cujos fatores se alternam entre macroeconomia e macropolítica.
Sua família é originariamente do Líbano, país que tem uma grande comunidade na capital paulista. Graduado pela Universidade de São Paulo (1975) e doutor pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT) (1992), deu aulas na USP e na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ).
Também foi pesquisador do Institute for Advanced Studies, em Princeton, New Jersey, do Centre for Brazilian Studies (Universidade de Oxford) e da Smithsonian Institution, em Washington, D.C.
Desde os anos 1980, ele “briga” para que o país diminua o diferencial de juros, racionalize o investimento público, implemente uma desvalorização cambial substantiva e aumente o imposto de renda de forma socialmente justa.
Estas iniciativas foram, inclusive, temas de um artigo que ganhou expressão internacional em 1982, quando o Fundo Monetário Internacional (FMI) não alcançava efetividade em seus programas que visavam estabilizar a economia brasileira.
Pérsio Arida e o Plano Real
Para estabilizar a economia brasileira, alguns economistas reunidos sob a batuta de um sociólogo em 1994 elaboraram um plano que, finalmente, conseguiu estabilizar a inflação brasileira.
Naquele ano, o presidente da República era o mineiro Itamar Franco e seu ministro da Fazenda era Fernando Henrique Cardoso, que veio a substituí-lo na presidência anos depois. Os anos 1980 já haviam castigado bastante os brasileiros e segurar o “dragão” dos preços já era uma iniciativa vista bem antes, quando José Sarney presidiu o país.
Assim, contando com a confiança de Franco, Cardoso trouxe para o governo alguns economistas que haviam atuado no Plano Cruzado, como André Lara de Rezende, Pérsio Arida, Francisco Lopes, Gustavo Franco, Pedro Malan, Edmar Bacha e Winston Fritsch.
Em julho daquele ano, a iniciativa já estava “valendo” e promoveu uma “revolução” na economia brasileira, refletindo principalmente sobre o salário dos trabalhadores.
Como consequência, o Plano Real estabilizou a economia brasileira e colocou a inflação sob controle, bem como pareou a moeda nacional com o dólar. Também manteve o poder de compra do trabalhador baixo, e aumentou o desemprego.
Esse último item parece algo controverso, visto que o desemprego, de fato, não costuma ser uma coisa “boa”, mas é um instrumento utilizado pelo governo para segurar a elevação dos preços. Logo, quando há necessidade de conter a inflação, fomentar o desemprego também é uma saída.
Iniciativa privada
Arida teve passagens pelo Grupo Moreira Salles por 7 anos, tendo sido Diretor da Brasil Warrant e membro do Conselho de Administração do Unibanco.
Também foi Diretor do Opportunity Asset Management do banqueiro Daniel Dantas por 3 anos, bem como membro do Conselho de Administração do Banco Itaú por 8 anos.
Já em 2008, junto com André Esteves, alguns sócios do Banco Pactual e diretores do Banco suíço UBS AG, fundou o Banco BTG, que em 2009 recomprou do UBS o banco Pactual, formando o atual BTG Pactual.
Além disso, ele faz parte dos conselhos consultivos do Instituto Moreira Salles, da Blavatnik School of Government (Universidade de Oxford), e do Development Committee, da MIT Corporation.
Em meados de 2016, Arida deixou a presidência do conselho de administração do BTG Pactual para dedicar a projetos pessoais, principalmente no campo acadêmico.
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