Arezzo e Soma, Eneva e Vibra, 3R e Petrorecôncavo, Safra e Guide… o noticiário recente está repleto de notícias sobre negociações de fusões e aquisições – ou M&As.
No ano de 2023 foram 1.499 mil fusões e aquisições, em negócios que movimentaram cerca de R$ 308,6 bilhões. O número, no entanto, foi considerado baixo, com queda de 14,4% em número de negócios e de 29,9% em valor, na comparação com 2022. Para este ano, as perspectivas são melhores, o que se deve, principalmente, ao cenário de queda de juros.
“2024 tem tudo para ser um bom ano, com diversos setores ainda passando por processos de consolidação e grandes grupos que possuem M&A como principal via de crescimento”, avalia Arthur Recio, sócio da EQI Investment Banking, especializada em assessorar clientes na compra, venda e fusão de empresas.
Conversamos com ele sobre fusões e aquisições. Acompanhe e entenda as vantagens do M&A para as empresas.
O que é M&A: entendendo fusão e aquisição
Para começar, é importante entender do que se trata um processo de M&A.
“Fusão e aquisição é uma estratégia de crescimento a partir da qual um investidor, seja empresa ou fundo de investimentos compra parte ou a totalidade de outra empresa com o objetivo de expandir suas operações. Seja por meio de uma expansão geográfica, por exemplo, no caso de uma aquisição horizontal. Ou seja por meio de uma expansão na sua própria cadeia de valor, com a aquisição de um fornecedor ou cliente, por exemplo”, explica Arthur Recio.

O que significa a sigla M&A?
M&A é a sigla para Mergers & Acquisitions, que significa “Fusões e Aquisições” (F&A) em português.
A fusão ocorre quando duas empresas se unem para formar uma nova organização.
Já a aquisição ocorre quando uma empresa compra outro empreendimento.
Por que as empresas fazem M&A?
Recio explica que, do lado do comprador, o M&A faz sentido porque muitas vezes é mais fácil comprar um negócio que já está rodando e já possui clientes e uma marca consolidada do que criar uma empresa do zero.
“Ainda mais se for um negócio novo, que o comprador ainda não faz. Acontece, por exemplo, na entrada em um novo mercado ou novo segmento”, exemplifica.
Já para o vendedor, o M&A é a possibilidade de realizar e obter, enfim, o retorno do investimento de tempo e recursos dedicado para construir o negócio ao longo da vida, além de diversificar seu patrimônio.
“A maioria dos empresários geralmente tem seu patrimônio muito concentrado nas suas empresas, então ele fica muito exposto ao risco do próprio negócio”, afirma.
Existe um perfil de empresa específico para M&A?
Recio explica que não existe um perfil específico para M&A, mas o que acaba acontecendo é que alguns setores são mais movimentados do que outros, tendo mais transações. “Mas qualquer empresa pode ser adquirida”, ele diz.
Como é um processo de M&A?
Um processo de M&A pode durar poucos meses ou se arrastar por anos. E possui uma série de atividades a serem cumpridas, que vão desde a análise e preparação, passando por identificação e valuation, execução da análise de avaliação, negociação, due diligence, estruturação do negócio, fechamento e pós-fechamento e integração.
O que é due diligence?
A due dilligence é uma fase importante no processo de M&A.
Nesse momento, o comprador contrata uma equipe de auditoria financeira, trabalhista, tributária e jurídica.
O grande objetivo é confirmar tudo aquilo que ele entendeu da empresa durante as fases de análise do negócio e também garantir que não tem nenhum grande passivo ou contingência na empresa que ele está comprando.
Quais as melhores práticas para fusão e aquisição?
Recio enfatiza que a empresa precisa estar muito bem preparada para o M&A.
“É interessante, embora não seja um requisito, fazer auditoria das demonstrações financeiras, ter controle gerenciais eficazes, conseguir ter métricas operacionais. Isso passa confiança para o comprador e agrega valor na transação”, recomenda.
Como M&A cria valor para as empresas?
As operações de M&A têm o potencial de criar valor por meio da maximização das sinergias operacionais e financeiras, da diversificação de riscos e da melhoria do controle organizacional entre as empresas.
São quatro as principais fontes de sinergias:
- Sinergias operacionais: quando duas empresas possuem produtos ou serviços semelhantes, a combinação de suas operações pode resultar em oportunidades de redução de custos e aumento da eficiência. Isso ocorre por meio de economias de escala, como a consolidação de instalações, a redução de redundâncias de pessoal e a obtenção de descontos por meio de compras em maior escala. Além disso, a fusão pode impulsionar o crescimento das operações em mercados novos e existentes, aproveitando as capacidades combinadas de redes de distribuição e marketing. A consolidação também pode fortalecer o poder de precificação da empresa, reduzindo a concorrência e aumentando a participação de mercado.
- Sinergias financeiras: ao unir forças, a empresa resultante da fusão pode se beneficiar de operações mais robustas, resultando em classificações de crédito mais elevadas e custos de financiamento mais baixos. A previsibilidade das receitas e fluxos de caixa também pode proporcionar maior capacidade de endividamento, além de gerar benefícios tributários significativos.
- Diversificação: a combinação das receitas operacionais e dos riscos específicos de cada empresa pode levar a uma diversificação que reduz o risco total da empresa resultante da fusão. Isso se torna especialmente relevante quando a fusão envolve empresas atuantes em setores distintos.
- Controle organizacional: fusões e aquisições oferecem a oportunidade de reestruturar eficientemente as operações e melhorar a eficiência administrativa. A integração pode resultar em um controle organizacional mais eficaz, levando a uma gestão mais eficiente das operações e, consequentemente, à geração de valor.
EQI pode ajudar as empresas no processo de M&A
A EQI Investimentos possui um braço de investment banking, apto a estruturar processos de M&A de clientes. A equipe que trabalha nos processos traz como diferencial expertise e atuação direta dos sócios nas avaliações.
Em 2022, a EQI trouxe para dentro da estrutura da corretora a equipe de M&A da Rosenberg Partners, antiga boutique de fusões e aquisições, bastante reconhecida no mercado. Assim, a corretora passou a oferecer uma gama ainda mais completa de atendimento a seus clientes.
“Nosso papel é assessorar as companhias e conduzir um processo organizado e estruturado, de forma com que a gente consiga entregar a melhor transação para o nosso cliente no menor tempo possível”, diz Arthur Recio.
A contratação de uma boa assessoria no processo de M&A, ele explica, é essencial em qualquer transação. Não só para aumentar o valor do negócio para o cliente, como para organizar e agilizar o processo como um todo, que é bastante longo e desgastante.
“Como a gente vive disso e já passou por diversos processos, nós sabemos criar um ambiente competitivo. Sabemos até onde ‘esticar a corda’, ou seja, o que tende a aumentar as ofertas que os compradores estão dispostos a pagar e, naturalmente, aumentar o valor para o nosso cliente”, afirma.
A recomendação é que, antes de fechar negócio com um investment banking, a empresa certifique-se de que a assessoria em questão tem experiência no mercado de atuação da empresa e já tenha realizado diversas transações. “Só assim esse assessor vai poder entregar o melhor processo para o seu cliente”, diz.
EQI IB: o que faz um investment banking?
A grande função de um investment banking, como o da EQI, é assessorar as empresas nos seus mais diversos movimentos estratégicos, como na compra ou venda de um ativo ou empresa, e em suas necessidades de financiamento, como na emissão de uma divida ou de suas ações no mercado de capitais.
Recio avalia que, de suas experiências anteriores, o que as empresas mais demandam e valorizam em um investment banking é a experiência da equipe e o conhecimento do setor de atuação da empresa, além do relacionamento com outras empresas e investidores.
A EQI Investment Banking oferece assessoria em processos de fusões e aquisições e estrutura operações para o mercado de capitais. Essas operações podem ser via emissão de dívida (CRIs, CRAs, debêntures) ou equity (ofertas de ações, sejam IPOs ou follow ons). Além disso, a EQI Investment Banking também realiza laudo de avaliações de ativos, por exemplo, para determinar o valor justo ou valuation de uma empresa.
“Temos uma equipe sênior, com bastante experiência de mercado e que participa do dia a dia dos projetos, desde as fases mais iniciais até a conclusão da transação. Já fizemos mais de 100 operações nos mais diversos setores e isso acaba fazendo a diferença. O envolvimento dos sócios nos projetos também é fundamental para maximizar o valor da transação”, afirma.
Para processos de fusões e aquisições, a EQI trabalha com empresas com pelo menos R$ 80 milhões de faturamento por ano. Para as emissões de dívida, a partir de R$ 20 milhões.