O presidente da Gol ($GOLL4), Celso Ferrer, afirmou que a empresa não planeja reduzir sua oferta de voos no Brasil, mesmo após o anúncio de recuperação judicial nos EUA, conhecido como “chapter 11”.
Segundo Ferrer, o processo visa proteger a companhia de qualquer ação de arrendadores de aeronaves e não deve resultar em diminuição das operações atuais.
Ferrer destacou que o objetivo da empresa é ter uma frota otimizada e que já iniciaram conversas com arrendadores. Ele também acrescentou que não há previsão de redução de pessoal, número de bases e destinos.
No entanto, analistas do mercado sinalizaram que a empresa pode reduzir a frequência em rotas menos premium, o que pode afetar a oferta de voos para regiões mais afastadas, onde o retorno financeiro é menor. Ferrer disse que é cedo para dizer se haverá mudança no número de aeronaves ou cronograma de entrega.
O presidente da Gol explicou que o plano da empresa visa garantir que a empresa tenha a estrutura de capital correta para sua operação. Ele mencionou que o valor da dívida mais recente é de cerca de R$ 20 bilhões do terceiro trimestre, mas esse valor tende a ser maior, pois pendências após o último balanço também devem compor a recuperação.
A companhia informou que seu conselho de administração aprovou a criação de um comitê especial independente para supervisionar a recuperação judicial nos Estados Unidos. O comitê será composto pelos conselheiros independentes Marcela de Paiva Bonfim Teixeira, Timothy Robert Coleman e Paul Stewart Aronzon.
Ferrer afirmou que espera que o processo de recuperação seja mais acelerado do que o de outras aéreas da região, como a Avianca e Latam. Ele também disse que o pedido de proteção não está relacionado com o plano do governo de criar um fundo para socorrer o setor. No entanto, a Gol avaliará a ajuda do governo se ela for disponibilizada para todas as empresas.
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Gol: recuperação judicial nos EUA
A Gol solicitou recuperação judicial nos EUA e vai buscar um empréstimo de US$ 950 milhões para sustentar seus negócios no país.
Em comunicado, a empresa diz que fez um pedido voluntário de Chapter 11 na Corte de Falências dos Estados Unidos no Distrito Sul de Nova York. Esse mecanismo é um processo legal dos Estados Unidos usado pelas empresas para obter capital, reorganizar as finanças e melhorar operações comerciais no longo prazo, sem parar de operar.