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Gigantes do agro criam Strada, empresa para centralizar operações logísticas

Gigantes do agro criam Strada, empresa para centralizar operações logísticas

A Strada, nova empresa de logística criada por gigantes do agronegócio após cerca de três anos de negociações e análises pelo Banco Central e pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), entra em operação neste mês com o objetivo de otimizar na empresa de logística Strada as operações de transporte e armazenamento da produção com a criação de uma “rede de inteligência compartilhada”.

O CEO da companhia, Rodrigo Koelle, explicou ao jornal Valor Econômico que os objetivos da empresa vão além do mero transporte, com a pretensão de “gerar valor para os clientes com dados”. “Vamos conectar os diversos atores dessa cadeia, receber informação, processar e devolver serviço”, disse.

Segundo ele, informações sobre onde estão os caminhões e os horários previstos de chegada permitirão a outros agentes envolvidos no processo programar a formação de cargas em trens e navios, otimizando e reduzindo custos de frete.

A empresa nasce da fusão da Carguero, criada por Amaggi e Dreyfus em 2019, com investimento de R$ 50 milhões, e à qual ADM e Cargill se associaram em 2021, com a Tip Bank, companhia de pagamentos para fretes rodoviários que existe desde 2007. 

Strada: investimentos em tecnologia

Com a Strada em funcionamento, as empresas vão ofertar suas cargas na plataforma. Transportadores e motoristas terão acesso às cargas e a um sistema de informação de rastreamento, que está em fase de desenvolvimento.

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Outra ferramenta que a empresa está desenvolvendo vai permitir o leilão reverso de carga, para indicar o melhor preço para o embarcador e o transportador. Outro diferencial vem do lado “fintech” da empresa, que agrega diversos recursos na conta digital do caminhoneiro, que poderá usufruir de uma rede com mais de de mil postos, vale-pedágio, digitalização dos documentos de viagem e soluções financeiras para as transportadoras, como antecipação de recebíveis.

O CEO Rodrigo Koelle diz que as plataformas similares disponíveis hoje têm cargas duplicadas e ofertas falsas de empresas que apenas testam o preço naquele instante. “Daremos segurança a todos os envolvidos, com empresas e motoristas que passaram por triagem e por sistemas de segurança”, afirma o executivo.

Estima-se que hoje 75% do volume ofertado na Strada vem das tradings proprietárias, com 3 mil caminhões ao dia, mas a intenção é ampliar a oferta de serviço para que esse índice caia a 30%.O negócio, diz o CEO, não tem relação com outra sociedade entre as tradings que ainda está em negociação: uma empresa conjunta para a compra de caminhões.

Strada: análise da EQI Research para o setor

O analista Lucas Daniel, da EQI Research, vê a notícia como potencialmente negativa para empresas do setor de locações de veículos, como a Vamos (VAMO3), JSL (JSLG3) e Localiza (RENT3), empresas que têm no agronegócio um grande percentual de sua clientela.

Ele acredita que os impactos ainda não devem ser percebidos no curto prazo, mas que as empresas devem estar preparadas para buscar alternativas de negócio.

“No caso de Localiza e Vamos, a terceirização pode substituir a locação de veículos, e diminuir a demanda pelos serviços dessas empresas. No caso da JSL, apesar do setor fragmentado, o aumento da competição entre empresas qualificadas pode diminuir o poder de precificação da empresa”, afirma o analista.

Quer investir com assertividade e entender como o potencial crescimento da empresa de logística Strada pode impactar outras empresas do agronegócio? Preencha este formulário e um assessor da EQI Investimentos vai entrar em contato para tirar suas dúvidas.