A gestora WNT, associada ao empresário Nelson Tanure, anunciou a aquisição de uma participação majoritária na Light ($LIGT3). Segundo o comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a gestora adquiriu 130,49 milhões de ações ordinárias, correspondentes a 35,03% do capital social da empresa.
A WNT destaca que, apesar de a Light ser um dos principais atores no setor de energia, a intenção da compra não é alterar o controle ou a estrutura administrativa da companhia. A aquisição tem como objetivo ampliar a exposição dos fundos de investimento geridos pela WNT ao mercado energético, sem pretender influenciar as decisões corporativas da Light.
É importante mencionar que, conforme a WNT, não há acordos ou contratos que regulem o exercício do direito de voto ou a negociação de valores mobiliários da Light pelos fundos geridos pela gestora, exceto as diretrizes presentes no manual de exercício de direito de voto da WNT.
Nelson Tanure, que se envolveu com a Light durante seu processo de recuperação judicial e com débitos declarados de R$ 11 bilhões, realizou uma injeção de capital de R$ 1 bilhão na empresa. Em uma entrevista anterior ao Brazil Journal, Tanure expressou a expectativa de que a Light possa valer “dezenas de bilhões de reais”.
Tanure criticou a sequência de erros de gestão desde a privatização da Light, que resultaram em endividamento e problemas operacionais.
No entanto, ele se mostra otimista: “Estamos convictos de que viraremos o jogo. A Light tem o potencial de valer dezenas de bilhões de reais, assim como suas empresas irmãs que atuam em estados vizinhos, como CPFL ($CPFE3), Cemig ($CMIG4), Copel ($CPLE6) e Equatorial ($EQTL3).”
Apesar de crítico em relação ao processo de recuperação judicial, Tanure decidiu apoiá-lo, acreditando na legitimidade da decisão e no respaldo dos acionistas.
“Tive a oportunidade de opinar e influenciar, mas sempre é possível realizar ajustes. Meu foco é negociar para compor. E tenho um mantra diário: ‘Precisamos sair urgentemente dessa RJ’”, afirmou Tanure, enfatizando a necessidade de concluir o processo de recuperação judicial o mais rápido possível.
Tanure planeja um amplo programa de capitalização para a Light, visando reduzir significativamente o passivo da empresa e atender plenamente aos critérios técnicos para a renovação da concessão.
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Tanure investe na Oi para reestruturar empresa
Além da Light, Nelson Tanure também estaria envolvido em um novo aporte na empresa Oi ($OIBR3). De acordo com uma matéria da Insight, publicada pela Revista Exame, a Trustee, uma gestora de fundos de investimento, adquiriu 33,1 milhões de ações ordinárias da companhia de telecomunicações. Esse investimento resultou em uma participação de 5,14% no capital da Oi.
A reportagem indica que a Trustee realizou o investimento sob a orientação de Tanure, que teria estruturado um fundo denominado “Nova Oi”, composto por dois cotistas anônimos, no início deste ano.
Este novo investidor chega em um período delicado para a Oi, que está em negociações com credores para a aprovação de seu recente plano de recuperação, divulgado em 6 de fevereiro. Está programada uma assembleia para 5 de março, com possibilidade de adiamento para 11 de março.
Conforme a Exame, o fundo liderado por Tanure poderia adiar ou mesmo cancelar a assembleia, com o intuito de apresentar sua própria visão estratégica para a Oi.