As ações da Gafisa ($GFSA3) chegaram a subir 30% na máxima (R$ 4,63) nesta quinta-feira (19). O movimento otimista na bolsa de valores vem após a suspeita de que o empresário Nelson Tanure tenha voltado a investir na companhia.
Tanure, que já é o maior acionista pessoa física da construtora, opera por meio de corretoras. O bilionário é conhecido por investir e liderar grandes projetos de reestruturação de empresas. Um caso recente é o da Light ($LIGT3), que passa por um processo de recuperação judicial e fez trocas em seu comando.
As ações da Gafisa não fazem parte da carteira teórica do Ibovespa, portanto não têm impacto sobre o índice. Acompanhe.
O que aconteceu com as ações da Gafisa
Apesar de forte alta no início de 2023, de mais de 200% em cinco dias, as ações da Gafisa acumulam desvalorização de 70% no ano.
Nesta quinta-feira, por outro lado, os papéis sobem 21,97% por volta das 12h49 (horário de Brasília).
No segundo trimestre de 2023, a companhia reportou prejuízo líquido de R$ 90,96 milhões, em uma alta de 200,8% em relação ao mesmo período de 2022. A construtora especializada no segmento de alto padrão registrou uma alta de 8% na receita líquida, para R$ 284,23 milhões.
Além disso, a empresa está envolvida em uma disputa por controle entre Nelson Tanure e a Esh Capital, sócia minoritária.
Recentemente, a construtora teve suas marcas penhoradas pela Justiça de São Paulo como garantia do pagamento de uma dívida de R$ 1,4 milhão, com um condomínio de luxo no bairro do Itaim Bibi, em São Paulo.
Entenda histórico de investimentos de Tanure
A desvalorização das ações na B3 ($B3SA3) nos últimos anos, com a alta da taxa Selic a 13,75% ao ano, abriu uma oportunidade para o investidor apostar em empresas abertas. Tanure já é o maior acionista de três delas: Light, Alliança ($AALR3) e Gafisa.
O investidor já deixou de ser controlador da Prio ($PRIO3), apesar de ainda deter ações, assim como da Oi ($OIBR3).
Desde de abril de 2019, Nelson Tanure passou a integrar o conselho administrativo da Gafisa. Na época, a companhia enfrentava um cenário difícil com queda nas vendas e altas dívidas.
Diante da boa recepção, em abril de 2019, o Conselho de Administração da companhia aprovou a entrada do investidor.
No caso da Light, em maio, a WNT Gestora de Recursos, ligada a Tanure, passou a deter por meio dos fundos de investimento e carteiras administradas, 81.205.300 ações ordinárias – cerca de 21,8% do capital social da companhia.
Tanure foi crítico da decisão da Light de pedir recuperação judicial. Recentemente, a Light solicitou à Justiça que sua subsidiária Light Energia S.A. saia do processo de recuperação judicial no qual estão inseridos desde o primeiro semestre deste ano.