A Light ($LIGT3) elegeu na terça-feira (18) a chapa proposta pelo empresário Nelson Tanure, controlador da gestora WTN, que nos últimos dias se tornou a maior acionista da companhia. Em entrevista ao site Brazil Journal, Tanure revelou seus planos para a empresa e a expectativa de que passe a valer “dezenas de bilhões de reais”.
A reformulação do conselho da Light ocorre em meio à recuperação judicial da companhia, que tem uma dívida na ordem de R$ 11 bilhões. A empresa pública atende mais de 30 municípios do Estado do Rio de Janeiro.
“Por uma sequência de erros de gestão desde a privatização, a Light foi colocada nessa posição lamentável de endividamento e problemas operacionais”, comentou Tanure. “Mas nós estamos convictos de que viraremos o jogo. A Light tem o potencial de valer dezenas de bilhões de reais, assim como suas empresas irmãs que cobrem estados vizinhos, como a CPFL ($CPFE3), Cemig ($CMIG4), Copel ($CPLE6) e Equatorial ($EQTL3).”
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A WTN, ligada a Tanure, detém 30% do capital da companhia, seguida pelos investidores Ronaldo Cezar Coelho, com 20%, e Carlos Alberto Sicupira, com 10%. O empresário também é acionista de referência de empresas como a Prio ($PRIO3), Gafisa ($GFSA3) e Alliança ($AALR3).
Retomada da Light
Para Tanure, “muito trabalho e diálogo” serão a chave para a recuperação da companhia. “Nós vamos criar frentes para dialogar com consumidores, governos, sociedade civil, credores e acionistas”, disse.
Entre os problemas que a companhia enfrenta, o furto de energia é considerado um dos principais pelo acionista – e que precisa ser combatido.
“Será uma prioridade. Não se aceita o roubo de um celular ou de um carro. Por que aceitar o furto de energia?”, defendeu.
Recuperação judicial e próximos passos
Sobre a recuperação judicial, apesar de crítico do processo, decidiu votar a favor. Isso porque acredita que as pessoas que tomaram a decisão o fizeram de forma “legítima”, e que o plano conta com o respaldo dos acionistas.
“Tive tempo de opinar e de influenciar, mas acho que sempre é possível realizar ajustes. Meu verdadeiro plano é negociar para compor. Mas eu tenho um mantra diário: ‘Temos de sair urgente dessa RJ’.” A ideia, de todo modo, é concluir o processo de RJ o mais breve possível, reforçou Tanure.
A companhia apresentou recentemente seu plano de recuperação judicial, mas este pode ser rejeitado pelos credores.
Há uma pressão para que haja ajustes no PRJ, visto que a solução apresentada na última sexta-feira (14) acabou não atendendo o interesse dos credores. A concessionária deve remodelar o plano às pressas e convocar uma assembleia em até 90 dias.
A ideia do empresário é conduzir um grande programa de capitalização da Light. Isso porque projeta que a concessionária tenha seu passivo “extremamente reduzido para fazer jus, com louvor, a todos os critérios técnicos exigidos para renovação da concessão”.
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