A startup chinesa de inteligência artificial DeepSeek surpreendeu o setor ao afirmar que gastou apenas US$ 6 milhões para desenvolver seu modelo de IA e competir diretamente com gigantes como OpenAI.
Apesar dos valores divulgados, uma investigação do site especializado SemiAnalysis sugere que os números divulgados pela empresa estão longe da realidade. Segundo o relatório, a DeepSeek teria investido, na verdade, US$ 1,6 bilhão – um valor 267 vezes maior do que o anunciado.
A análise aponta que a infraestrutura computacional da startup é muito mais robusta do que o informado. Estima-se que a DeepSeek tenha desembolsado US$ 1 bilhão apenas na construção de um parque de servidores e que sua operação conte com cerca de 50 mil GPUs Hopper da Nvidia (NVDA; NVDC34). Dentre elas, estariam 10 mil unidades H800, 10 mil unidades H100 e um número adicional de chips H20.
Desde o lançamento do modelo DeepSeek R1, o mercado já vinha questionando a veracidade dos custos divulgados. A startup afirmava ter utilizado apenas 2.048 GPUs no treinamento do modelo, um número muito abaixo das estimativas feitas por especialistas do setor.
O relatório do SemiAnalysis levanta suspeitas de que a DeepSeek tenha omitido parte do investimento para reforçar a narrativa de que desenvolveu um modelo de IA mais eficiente e acessível.
Ainda que tenha um parque computacional menor que OpenAI e Google DeepMind, a startup tem algumas vantagens estratégicas, como a independência de investidores externos.
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Outro diferencial da DeepSeek está no recrutamento agressivo de talentos na China. A empresa tem contratado engenheiros locais oferecendo salários milionários, que em alguns casos chegam a ultrapassar US$ 1,3 milhão ao ano – valores acima da média do mercado.
A polêmica sobre os custos ocorre em meio às tensões comerciais entre China e EUA na disputa pela inteligência artificial. Nos últimos meses, autoridades dos Estados Unidos passaram a investigar se os chineses tiveram acesso a chips da Nvidia, que são proibidos de serem utilizados na China.
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