O Fundo Garantidor de Créditos (FGC) aprovou um empréstimo emergencial de cerca de R$ 4 bilhões ao Banco Master, em uma operação de assistência de liquidez que tem como objetivo dar fôlego à instituição financeira em meio a um cenário de forte pressão sobre seus passivos.
De acordo com informação divulgada pelo Pipeline, do Valor Econômico, a linha de crédito deve funcionar como uma espécie de “empréstimo-ponte”, permitindo que o banco ganhe tempo para implementar uma solução mais estruturada para seu balanço.
Embora o volume não cubra integralmente os compromissos do banco — que tinha R$ 7,665 bilhões em passivos com vencimento até junho — a injeção de liquidez é considerada suficiente para quitar parte significativa das obrigações de curto prazo, especialmente considerando que parte já foi liquidada e a instituição segue captando no mercado.
Aprovação da compra do Banco Master pelo BRB
De acordo com a publicação, com a aprovação pelo Banco Central da operação entre o Master e o BRB (BSLI3; BSLI4), o FGC poderia liberar recursos adicionais, ampliando a capacidade de manobra do banco comandado por Daniel Vorcaro. Até o fim de 2025, o banco ainda precisa honrar cerca de R$ 8,4 bilhões em compromissos.
Paralelamente, Vorcaro mantém negociações com grandes players do mercado para reforçar o caixa do banco por meio da venda de ativos. Entre os interessados estão o BTG Pactual (BPAC11) e a família Batista, controladora da holding J&F, com quem negocia a venda de precatórios que não integram o acordo firmado com o BRB.
Entenda o imbróglio
Desde que o BRB anunciou há algumas semanas a aquisição de cerca de 48% do Banco Master, a repercussão tem sido muito grande, especialmente porque o Banco de Brasília é uma instituição ligada ao governo do Distrito Federal.
A AneaBRB – Associação Nacional dos Empregados Ativos e Aposentados do BRB, por exemplo, o maior acionista minoritária independente do banco brasiliense, há cerca de um mês, com uma carta aberta a fim de manifestar sua preocupação com a forma como está sendo conduzida a operação societária que envolve a aquisição do Banco Master.
“A operação está sendo tratada nos bastidores com acelerado ritmo institucional, ausência de transparência e total exclusão dos acionistas minoritários — inclusive da própria ANEABRB, que, mesmo após sucessivos ofícios enviados à administração do banco, não recebeu qualquer resposta oficial ou acesso às informações essenciais da transação”, escreveu a associação em sua carta.