Em meio à crise de sucessão para a presidência da Vale (VALE3), a empresa emitiu um comunicado atualizando o processo para substituir o atual CEO da companhia, Eduardo Bartolomeo.
O primeiro passo para a sucessão de Bartolomeo será a contratação de uma consultoria para conduzir o processo de seleção, que deverá ser concluído até o final do primeiro semestre.
Posteriormente, a consultoria selecionará uma lista tríplice de candidatos, que deverá ser aprovada até 30 de setembro.
A aprovação, formalização do contrato e apresentação do novo presidente da Vale ocorrerão até o Vale Day, em 3 de dezembro.
O contrato do atual presidente da Vale será encerrado em 31 de dezembro, e o novo presidente assumirá o cargo em 1º de janeiro de 2025.
Deste modo, Bartolomeo continuará como presidente da mineradora até o final de 2024. Em nota, a Vale destaca que ele apoiará a transição do novo presidente até 28 de fevereiro de 2025.
Após o período de transição, Bartolomeo atuará como consultor da empresa até o final de 2025.
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Vale: entenda o impasse na sucessão
A crise de sucessão para a presidência da Vale começou com a falta de consenso entre os principais acionistas da companhia. De um lado, estavam os conselheiros que apoiavam a continuidade de Bartolomeo. De outro, os que defendiam a abertura de um processo competitivo para eleger um novo presidente.
Acionistas como a Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil (BBAS3), e a Bradespar (BRAP4) foram favoráveis a uma possível substituição. Foi divulgado que a holding do Bradesco (BBDC4) teria mudado de posição e se juntado a esse grupo que apoia uma mudança, mas o banco não confirmou essa informação.
A Cosan (CSAN3), que antes era favorável a Bartolomeo, se absteve na votação. Enquanto que a japonesa Mitsui foi favorável à continuação do atual CEO à frente da companhia.
Ex-conselheiro detonou processo de sucessão
No início de março, José Luciano Duarte Penido, ex-membro do Conselho de Administração da empresa, renunciou ao seu cargo de conselheiro na Vale com uma carta de renúncia na qual criticava o processo de sucessão da mineradora. O conteúdo da carta foi divulgado pelo jornal Valor Econômico.
Penido afirmou que, embora respeite a decisão do conselho, criticou a forma como o processo estava sendo gerido. O ex-conselheiro sugeriu que o conselho estava manipulando o processo e que não estava atendendo aos interesses da Vale. De acordo com Penido, o conselho estava sob “influência política evidente e prejudicial”.
O ex-conselheiro expressou sua insatisfação com a crise de sucessão da Vale, que foi marcada por tentativas de intervenção do governo federal, como a pressão para nomear o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, e por movimentos empresariais nos bastidores.
Em outro trecho da carta divulgada pelo Valor, Penido citou:
“No conselho, formou-se uma maioria consolidada por interesses específicos de alguns acionistas representados lá, alguns com agendas muito pessoais e outros com conflitos de interesse evidentes. O processo tem sido operado por vazamentos frequentes, detalhados e tendenciosos à imprensa, em claro desrespeito à confidencialidade”.
Penido foi eleito conselheiro independente da Vale em uma assembleia geral de acionistas, com mandato de maio de 2023 até abril de 2025. Ele era um dos oito conselheiros independentes da Vale em um conselho de 13 membros.
Ele também fez parte do conselho da Vale desde 2019, chegou a presidir o conselho de administração da empresa e tem uma vasta experiência em mineração e siderurgia.
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