A Vale (VALE3) reportou uma queda de 9% no lucro líquido atribuível aos acionistas no primeiro trimestre de 2024 (1TRI24), totalizando US$ 1,67 bilhões. Em comparação com o trimestre anterior, a diminuição do lucro foi ainda mais acentuada, visto que no 4TRI23 a empresa registrou um lucro líquido de US$ 6,73 bilhões.
A receita líquida da Vale no 1TRI24 foi semelhante à do ano passado, registrando US$ 8,45 bilhões, ante os US$ 8,43 bilhões do mesmo período do ano anterior. No entanto, em comparação ao 4TRI23, a receita líquida recuou 35%, ao registrar US$ 13,05 bilhões.
O Ebtida ajustado também foi menor no 1TRI24, registrando US$ 3,43 bilhões, uma diminuição de 7% em comparação ao 1TRI23. Em relação ao 4TRI23, o Ebtida ajustado caiu 47%.
A Vale explicou que o EBITDA proforma ajustado de US$ 3,5 bilhões no 1T (incluindo EBITDA proporcional de coligadas e JVs de US$ 203 milhões) foi 9% menor a/a e 49% menor t/t, principalmente devido aos menores preços realizados de finos de minério de ferro.
Apesar dos desafios financeiros, a Vale registrou um aumento nas vendas de minério de ferro e cobre, com um aumento de 15% e 22% respectivamente, apoiadas por melhorias operacionais contínuas.
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Em nota, o CEO da Vale, Eduardo Bartolomeo, destacou que a empresa começou bem o ano de 2024 impulsionado pela excelência operacional.
“No negócio de Soluções de Minério de Ferro, nossas vendas de minério de ferro aumentaram 15% ano a ano, apoiadas por uma produção forte – a maior produção de um 1º trimestre desde 2019. Nós também estamos tendo progresso nos nossos projetos de crescimento, que ajudarão a melhorar a qualidade e flexibilidade do nosso portfolio de produtos. Dentro do negócio de Metais para Transição Energética, o melhor desempenho no complexo de Salobo, aliado ao ramp-up da planta de Salobo 3, permitiu o aumento na produção de cobre e nos volumes de vendas”, escreveu.
Bartolomeo ainda elogiou os resultados promissores das operações de níquel no Canadá.
“Alinhados ao nosso compromisso com a sociedade, temos orgulho de ter alcançado consumo de energia 100% renovável no Brasil, dois anos antes do previsto. Ao continuarmos nossa jornada, seguimos comprometidos com a construção de um Vale ainda melhor”, concluiu.
“Como o esperado; futuro próximo será pior”. Essa foi a frase de abertura do comentário da EQI Research sobre o balanço da Vale.
A casa de análise aponta que os números operacionais da Vale foram em linha com o que se esperava para o trimestre.
“EBITDA proforma declarado de US$3,48 bi (-7% a/a), com margem de 41%. Note-se a alteração de critério para cálculo de EBITDA proforma a partir deste trimestre, que agora inclui EBITDA proporcional de coligadas e joint ventures. Não gostamos desse critério pois estes recursos não estão disponíveis para a Vale neste instante (sequer são controlados por ela), apenas estarão quando esta receber no futuro dividendos de suas coligadas e Joint Ventures, se é que vai receber… Enfim, ajustando para este efeito, o EBITDA foi de US$3,27 bi, com queda de 11% a/a. Ainda assim, em linha com o esperado”, desabafa.
A expectativa da EQI Research para a Vale é que a mineradora apresente resultados piores ao longo do ano, principalmente em função da realização de preços médios de minério piores ainda a transitar pelo resultado.
“Por fim, reforçamos que as expectativas anuais de consenso para Vale deverão continuar a ser revisadas para baixo ao longo do ano. Fora isso, falta de visibilidade estratégica também contribui para nosso ceticismo em relação à VALE3. Portanto, continuamos fora”, concluiu a EQI Research.
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