Andrade Gutierrez e a Novonor, antiga Odebrecht, voltaram às grandes obras de infraestrutura após envolvimento em um dos maiores escândalos de corrupção do país, que deu origem à Operação Lava Jato. As construtoras, antigamente as maiores empreiteiras do Brasil, deram o maior lance na licitação da Refinaria Abreu e Lima. As informações são do jornal “O Estado de S. Paulo”.
Sob os nomes de Consag e Tenenge, as empresas ganharam cinco lotes da obra. O resultado ainda deve passar por avaliação interna antes de homologação.
Desde a Lava Jato, que desmontou o esquema de corrupção em obras da Petrobras (PETR3; PETR4), Andrade Gutierrez e Novonor não entravam em grandes projetos.
De 2018 até 2023, a Odebrecht estava proibida de participar de licitações que envolviam a Petrobras, enquanto a Andrade foi liberada em 2017.
Andrade Gutierrez e Novonor: entenda novas operações
Segundo o jornal, a Consag, da Andrade Gutierrez, que atua no mercado privado, venceu dois lotes na ordem de R$ 3,7 bilhões. Já a Tenenge, da Novonor, ganhou três lotes, em valores acima de R$ 5 bilhões.
As obras são para ampliação da Rnest, chamada de “segundo trem”, com investimentos que vão elevar de 100 mil para 260 mil barris por dia a produção de diesel S10, combustível com menor emissão de poluentes.
O projeto tem o objetivo de trazer autossuficiência para o país na produção e prevê criar até 30 mil empregos diretos e indiretos. A iniciativa foi aprovada no ano passado pelo Conselho de Administração da Petrobras.
A Rnest é responsável por 6% da capacidade de refino da Petrobras e 15% de toda produção de S10 da empresa. O plano, agora, é concluir as obras até 2028.
O custo inicial seria da ordem de US$ 2,3 bilhões, mas consumiu cerca de US$ 18 bilhões da estatal e virou um ponto central da Lava Jato anteriormente, em que Andrade Gutierrez e Novonor estavam envolvidas.