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Americanas (AMER3) adia divulgação de balanços trimestrais

Americanas (AMER3) adia divulgação de balanços trimestrais

A Americanas (AMER3) anunciou que irá adiar a divulgação das informações trimestrais (ITR) referentes aos períodos encerrados em 31 de março, 30 de junho e 30 de setembro de 2023, correspondentes ao primeiro, segundo e terceiro trimestres do ano. A divulgação dos relatórios está agora prevista para 19 de fevereiro.

Em nota, a empresa esclareceu que, desde a divulgação das Demonstrações Financeiras (DFs) de 2022 e 2021, tem concentrado seus esforços para concluir os trabalhos dos ITRs de 2023 o mais rápido possível.

Escândalo da Americanas completou 1 ano 

No dia 11 de janeiro, o caso Americanas completou um ano. A empresa anunciava ao mercado “inconsistências contábeis” que abalariam suas estruturas nos meses seguintes, marcando o início do maior escândalo corporativo do Brasil.

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No fechamento do pregão da Bolsa de Valores deste dia, a empresa divulgou que havia identificado irregularidades em seus balanços corporativos, estimando um rombo de cerca de R$ 20 bilhões. Esse episódio, que deflagrou uma série de eventos, levou a Americanas a entrar em colapso, enfrentando uma crise sem precedentes.

No dia seguinte, os investidores entraram em pânico, instituições financeiras colocaram os papéis da empresa em leilão, e ao final do pregão de 12 de janeiro de 2023, as ações da Americanas haviam despencado quase 80%, registrando a maior queda diária de uma empresa de capital aberto no país desde 2008.

A origem do problema, segundo o ex-presidente da empresa, Sergio Rial, estava em operações de risco sacado, uma linha de crédito que envolvia uma triangulação entre empresa, fornecedores e instituições financeiras. A Americanas contratou o risco sacado, mas não registrou adequadamente essas operações em seus balanços, ocultando seu verdadeiro grau de endividamento.

Em junho de 2023, a empresa mudou o tom, passando a classificar o episódio como “fraude”. Leonardo Coelho Pereira, o novo CEO, afirmou perante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) formada na Câmara que a fraude envolvia inflar resultados por meio de contratos fraudulentos de verbas de publicidade.

A CPI da Americanas, instalada na Câmara dos Deputados, ouviu depoimentos explosivos. Coelho Pereira acusou diretorias anteriores de fraude, exibindo documentos que revelavam os resultados inflados da empresa. No entanto, a CPI encerrou-se sem apontar responsáveis pelo rombo contábil.

O primeiro ano pós-revelação foi marcado por intensas trocas de acusações entre a nova e antiga diretoria. Em setembro de 2023, a Americanas apresentou documentos atribuindo ao ex-CEO Miguel Gutierrez conhecimento sobre as irregularidades, acusações rebatidas por ele.

Em novembro, a empresa divulgou balanços revisados, apontando um prejuízo de R$ 6,237 bilhões em 2021 e R$ 12,912 bilhões em 2022. Os resultados revisados mostraram um aumento de 104% nas perdas entre esses dois anos.

O último capítulo do caso em 2023 foi a aprovação do plano de recuperação judicial. O plano prevê a capitalização da Americanas em R$ 24 bilhões, com R$ 12 bilhões injetados pelos acionistas de referência. Credores devem converter R$ 12 bilhões em ações.

A empresa aguarda a homologação do plano para iniciar o pagamento de dívidas e a capitalização.