Para muitos, a Tesla (TSLA; $TSLA34) é considerada líder incontestável no mercado de carros elétricos, mas suas ações têm enfrentado quedas devido aos desafios específicos do setor. Em uma entrevista recente à CNBC, um gestor de fundo de hedge foi ainda mais longe, afirmando que a Tesla poderia enfrentar a perspectiva de “falência”, com suas ações podendo despencar para US$ 14.
Per Lekander, gestor que tem mantido posições contrárias à Tesla desde 2020, comentou sobre as 386.810 entregas de veículos da empresa no primeiro trimestre, as quais ficaram consideravelmente abaixo das estimativas mais conservadoras do mercado, afirmando que “isso marca o início do fim da sobrevalorização da Tesla.”
Lekander, associado à Clean Energy Transition e com experiência prévia na Lansdowne Partners, ganhou destaque ao prever com sucesso uma recuperação nos preços do carbono em 2018. Desde 2020, a Clean Energy Transition tem estado envolvida na venda de ações da Tesla, o que implica que a empresa de Lekander terá lucro se as ações da fabricante de veículos elétricos caírem.
Em entrevista ao programa Squawk Box Europe da CNBC , o gestor afirmou que a Tesla pode ser considerada a maior superestimação do mercado de ações na história recente. “Este foi realmente o início do fim da bolha Tesla, que provavelmente foi, sem dúvida, a maior bolha do mercado de ações da história moderna”, complementou.
Quando procurada pela CNBC para comentar, a Tesla não estava disponível para responder.
Ações da Tesla
Em uma entrevista à CNBC em março de 2021, Lekander previu uma queda nas ações da Tesla. No momento da entrevista, as ações da Tesla fecharam a US$ 233,94. Na terça-feira, dia 02, o valor das ações fechou em US$ 166,63. Posteriormente, as ações subiram para mais de US$ 400.
Ele estendeu sua postura pessimista em relação à Tesla, sugerindo que as ações poderiam desvalorizar para US$14, baseando-se na previsão de que o lucro por ação da Tesla seria de US$1,40 neste ano.
Valorização nos últimos 5 anos

O gestor ainda afirmou que a Tesla é uma ação “sem crescimento” e deve ser avaliada em 10 vezes os lucros futuros, contra cerca de 58 vezes os lucros futuros atualmente. Os lucros futuros são uma métrica importante usada pelos traders para avaliar o valor de uma ação.
Resultado abaixo das expectativas
A Tesla (TSLA; $TSLA34) divulgou seus resultados de entregas do primeiro trimestre, os quais ficaram abaixo das expectativas, resultando em uma queda nas ações.
A empresa entregou 386.810 veículos, menos do que os 449.080 previstos. As entregas dos modelos 3 e Y diminuíram 10% em comparação com o ano anterior, também abaixo das expectativas.
A produção total do trimestre foi de 433.371 veículos, com os modelos 3/Y representando 412.376, ambos abaixo das projeções.
A companhia atribuiu a diminuição nos volumes à fase inicial da produção do Model 3 atualizado e às interrupções causadas por conflitos e um ataque na Gigafactory Berlin.
Além disso, a empresa implantou 4.053 MWh de produtos de armazenamento de energia no trimestre.
Tesla teme demanda com juros ainda altos nos EUA
Entre os motivos para a queda nas entregas e vendas, a Tesla apontou o aumento inicial da produção do popular Model 3 atualizado.
A empresa também citou “desvios de navios causados pelo conflito do Mar Vermelho”, além de um incêndio em sua fábrica em Berlim.
A montadora agora tem preocupações em relação à demanda do consumidor, com as taxas de juros ainda altas nos Estados Unidos. As apostas do mercado para o afrouxamento da política monetária começam a migrar de junho para o segundo semestre. Com isso, os Treasuries voltaram a escalar e puxaram uma onda global de pressão no dólar.
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