Nesta quinta-feira (22), a Movida (MOVI3) anunciou a compra do Drive on Holidays (DOH), locadora de imóveis de Portugal, por um valor total de 66 milhões de euros (cerca de R$ 336 milhões) e um valor patrimonial de 55 milhões de euros (R$ 280 milhões ou 6% do valor de mercado da MOVI).
Em função disso, o BTG Pactual (BPAC11) divulgou o relatório com a recomendação de compra da Movida com preço-alvo de R$ 28. Hoje, o papel está cotado a R$ 13,10. Dessa forma, a ação tem um potencial de valorização de 53,21% em um ano. Contudo, em 2022, a Movida tem uma desvalorização de 14,10%.

Acordo entre Movida (MOVI3) e DOH
A DOH é uma empresa atua no segmento de RAC (sigla em inglês para aluguel de carros) em Lisboa, Portugal. A companhia tem uma frota de 3,3 mil carros, muito abaixo da frota autal da Movida, cerca de 206 mil veículos.
O preço pago pela empresa brasileira implicou um EV/EBITDA de 4x – abaixo do múltiplo da MOVI de 4,7x – e R$ 101 mil EV/carro (vs. R$ 71 mil da MOVI e R$ 181 mil da RENT).
Com a transação, a Movida conquistou a frota da DOH (avaliada em 60 milhões de euros) e duas propriedades operacionais avaliadas em 3,5 milhões de euros.
“O acordo adiciona uma via de crescimento interessante para a MOVI em um momento de lenta melhoria da oferta de veículos no Brasil, marcando o início das suas operações internacionais e a entrada na Europa, ao mesmo tempo que traz exposição a outra moeda”, cita o relatório do BTG.
Apesar disso, os analistas do banco de investimentos relatam que tal operação pode gerar um questionamento da alavancagem da Movida, que encerrou o segundo trimestre (2T22) em 3,0x dívida líquida /EBITDA. “Após a teleconferência do segundo trimestre, esperávamos que a MOVI desacelerasse o crescimento”, diz o relatório.
Internacionalização da marca
O BTG explica que a estratégia de aquisição da DOH é baseada em dois pontos:
início da internacionalização da marca, visando diversificação geográfica e, assim, agregando diversificação de moedas em euros e ganhando exposição a uma economia madura;
explorar a expertise da MOVI e da Simpar (SIMH3), holding da Movida, para escalar a DOH em Portugal da mesma forma que o grupo construiu a plataforma da MOVI no Brasil.
Além disso, a DOH disponibiliza diversas oportunidades de crescimento nos segmentos em que a Movida atua no Brasil, como alianças com companhias aéreas, abertura de novas lojas e venda de carros usados.
Sem contar que a operação permite a ampliação do portfólio de produtos para os clientes MOVI, oferecendo serviços em hotspots turísticos em Portugal, destino comum para viajantes brasileiros.
“A Simpar (controladora da MOVI) já falava em internacionalização há algum tempo”, dizem os analistas.
Valuation barato e recomendação de COMPRA no cenário de taxas de juros mais baixas
O principal fator para a compra da DOH foi a internacionalização da Movida para a Europa, principalmente em Portugal. O país é destino comum de brasileiros no exterior. Deste modo, a MOVI tem o poder de usar sua marca para captar turistas de alta renda na região.
O BTG Pactual destaca que o valuation da empresa está em um movimento interessante. “A MOVI pagando 4,0x EV/EBITDA 22, abaixo de seu múltiplo atual (barato) de 4,7x. Inevitavelmente, os investidores podem questionar a alavancagem, mas acreditamos que o negócio tenha um baixo impacto na dívida líquida/EBITDA (até 3,1x em nossos cálculos, de 3,0x no 2T, devido à menor alavancagem da DOH e EBITDA incremental)”, explica o relatório.
Logo, as ações estão sendo negociadas em um valuation excessivamente descontado (4,1x P/L em 2023). Este número representa um bom ambiente para o investimento em um cenário de perspectiva de juros mais baixos.
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