As opções representam um tipo de derivativo e podem custar centavos, fazendo com que o trader consiga operar com investimento realmente baixo. Mas apesar desse aspecto atrativo, elas demandam bastante conhecimento de quem vai operá-las.
Para debater o tema, a Money Week promoveu nesta quarta-feira (9) o painel “Trades: estratégias em opções”. Foram convidados Fernando de Faria Góes, analista da EQI Investimentos, e Pedro Ivo Gigli de Castro, CEO da Mago das Opções. Confira os principais insights.
O que são opções?
Para investir na bolsa de valores, não é preciso, necessariamente, adquirir ações. As opções também podem ser adquiridas e podem proporcionar ganhos e proteção patrimonial ao mesmo tempo.
As opções são uma espécie de derivativo, que oferecem o direito de negociação de um determinado ativo.
Os derivativos, por sua vez, são contratos financeiros cujos preços derivam do valor de um bem ou de um instrumento financeiro. Na prática, esses contratos utilizam algum ativo como referência. Isso significa que o valor do derivativo acompanha a oscilação do ativo ao qual está vinculado.
Pois bem: As opções são um tipo de derivativo, pois estão relacionadas a um determinado ativo. Em outras palavras, elas não são um ativo em si, mas sim um contrato que representa o direito de comprar ou vender determinado ativo.
Em um contrato de opção, o comprador possui um direito, e o vendedor, uma obrigação.
No momento em que é firmado um contrato de opção, já são determinados alguns pontos da negociação: o valor, o vencimento e o tipo de contrato, se de compra ou venda.
Quem compra uma opção é chamado titular e, quem vende, lançador. E eles não negociam o ativo, mas sim o prêmio, ou seja, o valor que garante o direito de compra ou venda.
O titular sempre terá o direito do exercício da opção, mas não a obrigação de exercê-lo. Já quem lança a opção tem a obrigação de atender ao exercício, caso o titular opte por exercer o direito.
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Opções x investimentos de longo prazo
Dada esta introdução, será que o trade de opções é um bom investimento? Para Fernando Góes, o trade de opções nem deve ser encarado como investimento.
“Eu sempre digo que investimento e trade são coisas bem diferentes. Investimento é você trocar seu dinheiro por ativos, para ganhar no longo prazo. O trade é você aproveitar as oportunidades de sobe e desce, de oscilação da bolsa, no curto prazo”, afirma ele, que tem 25 anos de mercado, sempre atuando com análise gráfica.
“A análise gráfica tira muito do ruído do mercado. É muito complexo saber de análise de empresas, macroeconomia, saber de setores diferentes… A própria dinâmica do mercado antecipa as coisas, tem preço no futuro, preço sobe no boato, cai no fato… O gráfico consegue resumir isso muito bem”, defende.
Estratégia em opções: altas explosivas e quedas meteóricas
O mercado de opções, é preciso dizer, é de alto risco e deve ser operado apenas por quem possui vasto conhecimento. Como definiu Luiz Cesta, analista da Monett e mediador do encontro, é um mercado de “altas explosivas e quedas meteóricas”.
“O mercado de opções é tido como o mais arriscado do mundo”, confirma Pedro Ivo que, ao contrário de Góes, não faz uso da análise gráfica nas suas operações, mas sim uma fórmula própria, desenvolvida pela Mago das Opções.
“O que a gente faz é precificar de forma muito precisa essas opções, encontrar o preço justo. O que a gente consegue é mitigar o máximo possível os riscos, utilizando essas fórmulas”, explica.
E revela: “Eu não olho gráfico, não vejo notícias, opero ouvindo música clássica, justamente para tirar o ruído e cair numa planilha que me precifica com exatidão as opções”.
Estratégia em opções: por que é tão arriscado?
“O risco das opções é o de dar sinistro”, resume Góes. “Muitos usam para fazer hedge, coisas conservadoras. Mas você pode fazer o contrário”, aponta o analista, que diz sempre operar comprado nas posições, nunca vendido.
Pedro Ivo complementa: “O mercado de opções envolve muita esperança. A maioria das pessoas que vem para esse mercado vem ‘comprar seguro’, ou seja, está disposta a pagar para alguém assumir o risco por ela. Entendendo a opção como seguro, quem está na ponta da venda? Na maior parte das vezes, não está acontecendo nada no mercado. Os movimentos de cauda acontecem poucas vezes, esses são os sinistros. Eu sou o cara que dá liquidez para quem quer comprar seguro. As pessoas estão dispostas a pagar por isso e eu tenho que saber precificar”, diz.
“Esse spread que eu recebo, exatamente como uma seguradora de seguro de carro, o investidor paga e não usa na maioria das vezes. A volatilidade é muito alta, o papel pode subir 30% ou cair 30% em dois dias. É um risco que se corre”, admite.
Mas qual o segredo para operar com sucesso: “Meu segredo está em dimensionar bem as posições. Eu faço operações sempre de tamanhos muito condizentes com a minha posição. Quando dá o sinistro, aquilo representa 1%, 2% das minhas posições. Não elimina, mas reduz o risco”, explica.
Outro alerta fundamental é: não é para colocar todo o patrimônio em opções, mas apenas uma pequena parcela dele.
Confira o painel “Trades: estratégias em opções” na íntegra:
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