“Eu sempre tive metas agressivas para a minha vida. Sempre sonhei bastante alto. Mas, nos últimos dois, três anos, cheguei a lugares que nunca imaginei”, confessa Juliano Custodio, CEO da EQI Investimentos, assim que começou sua participação na Money Week, evendo realizado na última semana.
“A gente vê muito o ‘CEO clichê’ que diz ‘eu planejei tudo, sabia para onde estava indo’, mas eu não. A gente só queria ser grande e queria fazer isso fora do eixo Rio-São Paulo, para ter uma vida mais bacana”, conta.
A EQI, que começou em Balneário Camboriú como escritório de assessores de investimentos, recebeu recentemente aval do Banco Central para operar como corretora – abrindo o caminho para outros escritórios fazerem o mesmo.
Com mais de 50 mil clientes e R$ 23 bilhões sob custodia, hoje a corretora atende nacionalmente, com escritórios espalhados pelo país, e acaba de lançar seu banco digital, com cartão de crédito próprio, junto ao BTG. Também mira na oferta de crédito a empresários fora do eixo Rio-São Paulo para manter o crescimento.
Custodio relembrou a trajetória de sua empresa e falou sobre seus próximos passos em conversa com a jornalista Paula Moraes, do BM&C News. Confira como foi.
História da EQI: Cliente em primeiro lugar
Juliano Custodio credita o sucesso da EQI ao fato de a empresa sempre colocar o cliente como foco do negócio.
“Hoje em dia é muito moderno oferecer tudo digital. Mas será que é isso que o cliente quer? E se ele quiser falar com um ser humano? Vai existir esse ser humano para atender? Eu acredito que pessoas gostam de lidar com pessoas. A tecnologia, para mim, tem que servir para deixar o ser humano que atende outro ser humano cada vez mais eficiente”, defende.
E reconhece ser um feito ter conseguido desbravar o mercado financeiro a partir de Santa Catarina. “Eu agradeço muito a todos os clientes que confiaram em uma instituição que não é de São Paulo e do Rio de Janeiro. Agradeço aos meus assessores, funcionários e sócios que acreditaram na ideia maluca de abrir uma corretora em Santa Catarina”, diz.
Revela ainda que fez e faz tudo sem deixar de lado a diversão no trabalho. “Muita gente me diz ‘você já chegou muito mais longe do que imaginava, então, para que continuar’… Para esses eu responto que eu ganho dinheiro me divertindo com meus amigos. E eu espero que todos possam ganhar dinheiro se divertindo”.

Avanços no mercado financeiro
A trajetória da EQI, que nasceu como um blog – hoje portal EuQueroInvestir – se confunde com a própria evolução do mercado financeiro brasileiro na última década.
Custodio relembra que, até 2013, ano de surgimento do blog, os escritórios de assessores e as corretoras só podiam oferecer investimentos disponíveis na bolsa de valores. Depois é que foi possível, a partir de uma liberação da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), oferecer fundos, crédito bancário, crédito privado, seguros e previdência.
“A partir desse momento, a gente podia oferecer as mesmas coisas que um grande banco, mas melhor, oferecendo educação financeira junto”, conta.
Ele explica que os bancões exerciam um verdadeiro monopólio do conhecimento financeiro, que mantinha os clientes alheios ao funcionamento de todo o mercado. E que os assessores e as corretoras vieram para educar e popularizar os investimentos.
“Nós rompemos com o monopólio da educação, contando para os clientes as coisas que só os bancos sabiam. E isso deu autonomia para o investidor. Um cliente educado financeiramente fica um investidor mais sofisticado, faz escolhas melhores”, avalia.
Crédito para empresas
Depois de virar corretora, lançar seu banco digital, com cartão de crédito próprio, outra frente em que a EQI vem avançando é na oferta de crédito para empresas. Custodio revela que uma das novas metas do grupo é se tornar o maior banco de crédito do interior do país.
“A gente quer ser o grande banqueiro fora do eixo Rio-São Paulo e já concedemos mais de R$ 800 milhões em crédito para empresas. Temos também uma boutique de M&A (fusões e aquisições), para atender as cidades menores, onde é muito difícil ter operações bem estruturadas desse tipo”, adianta.
“Eu sou gaúcho, mas vivo em Santa Catarina há muito anos. E eu digo que as pessoas daqui olham para São Paulo com aquela ‘inveja boa’, porque parece que tudo lá cresce mais, anda mais rápido. E isso acontece porque há crédito e porque os empresários de São Paulo não têm medo de pegar crédito. Só que o mercado de crédito não sai e não vai sair da (avenida) Faria Lima. Nós saímos e vamos levar crédito para o resto do país”, revela.
