Como viver de renda?
Compartilhar no LinkedinCompartilhar no FacebookCompartilhar no TelegramCompartilhar no TwitterCompartilhar no WhatsApp
Compartilhar
Home
Money Week
Notícias
Juliano Custodio, CEO da EQI, e Marcelo Flora, do BTG Digital, debatem ciclos econômicos

Juliano Custodio, CEO da EQI, e Marcelo Flora, do BTG Digital, debatem ciclos econômicos


Marcelo Flora, head do BTG Pactual Digital, e Juliano Custodio, CEO da EQI Investimentos, falaram no painel “Ciclos econômicos” da Money Week, evento online e gratuito que acontece até esta sexta-feira (11).

Clique aqui para acompanhar todo o evento.

Ciclos econômicos: de juros baixos, para mais baixos ainda, para alta

Para Flora, o mercado financeiro veio de um período de juros e inflação muito baixos, ainda decorrentes das medidas para aliviar a crise de 2008 (subprime nos EUA), para um período de políticas ainda mais expansionistas decorrentes da pandemia.

“Passada a pandemia, tivemos que lidar com as consequências do desarranjo das cadeias produtivas e do efeito inflacionário. E, até aqui, o mundo todo vinha com uma realidade semelhante de política econômica”, ele diz.

No entanto, por uma memória muito distante do que seria inflação (vale dizer que, na Europa, os juros eram negativos, o que quer dizer, na prática, que a pessoa “paga” se deixar dinheiro no banco), muitas nações do chamado primeiro mundo preferiram não reagir imediatamente à alta dos preços. E quando reagiram, isso foi feito em magnitude menor do que o necessário.

No Brasil, ao contrário, as medidas foram enérgicas. “Aos primeiros sinais, o Banco Central do Brasil reagiu na frente. Hoje, estamos sendo citados como exemplo de controle de inflação”, afirma.

Vale lembrar que a taxa básica de juros foi do piso de 2% para os atuais 13,75%. Veja no gráfico como foi a escalada.

Gráfico da taxa Selic
Fonte: EQI

Apesar da vantagem brasileira no controle inflacionário, o país não fica imune, no entanto, à escalada de juros promovida pelo Federal Reserve (Fed), banco central americano. “A grande questão do mercado hoje é a inflação e taxa de juros dos EUA”, enfatiza.

Com juros altos para o padrão americano – a estimativa é que o piso da taxa esteja em 5,25% até o início do ano que vem –, os investimentos acabam por migrar para os títulos de renda fixa americanos – bonds do governo e de empresas americanas, no chamado “voo para qualidade”, já que são papéis considerados mais seguros.

Mas, no longo prazo, ele afirma, a tendência é que o ciclo de alta seja precedido de um outro ciclo de baixa de juros e, neste momento, acredita, será bastante interessante para os investidores olhar para a internacionalização dos investimentos.

Sobre isso, inclusive, Flora adiantou que a plataforma do BTG disponibilizará, a partir do ano que vem, o investimento em ativos internacionais, diretamente da conta do cliente no Brasil, a fim de facilitar essa migração de parcela do patrimônio dos investidores para o exterior – o que é recomendado a todos, para uma correta diversificação de carteira.

China e Europa

Flora também comentou durante a Money Week, que além dos EUA, China e Europa também merecem atenção no cenário inflacionário.

China devido à política de Covid zero, que vem colocando a atividade do país em “câmera lenta”, segundo ele. “Enquanto nós, seja por vacina ou por contágio, viramos a página da Covid, ela ainda é tema na China. A maneira como eles escolheram lidar com a pandemia acende um risco de inflação também, porque é uma economia muito importante e quando ela abrir de vez, vai causar pressão inflacionária”, diz.

Já sobre Europa, Flora considera que o conflito entre Rússia e Ucrânia acabou por se banalizar. “Virou parte da paisagem. Obviamente, todo o sofrimento humano ainda está lá, mas o mercado se acostumou”, avalia. No entanto, ele alerta, traz impactos importantes também para a inflação e, consequentemente, para a realidade de juros, especialmente nos países europeus.

Foto Marcelo Flora

Brasil e o risco Lula

O head da plataformas digitais do BTG afirma que o banco trabalha com projeção de início de ciclo de queda de juros no Brasil a partir do final do segundo trimestre de 2023.

E acredita que o Banco Central independente vai garantir que os juros recuem, de fato, de maneira responsável. “O Banco Central não vai fazer política monetária com viés ideológico, vai ter sempre olhar técnico”, afirma.

Entretanto, diante do risco fiscal crescente com as falas do novo governo eleito, pode ser que as projeções do mercado mudem para um patamar mais alto do que o imaginado atualmente.

De acordo com o Boletim Focus, a Selic deve alcançar, em 2023, 11,25% e, em 2024, 8%. Atualmente, a taxa se encontra em 13,75%.

“Se o BC não fosse independente, poderia ser pior. O BC independente garante que a decisão vai para onde os indicadores estão apontando”, diz Flora. Ou seja: se por conta do descontrole fiscal a inflação subir, o BC usará a política monetária para fazer os ajustes necessários.

Confira o painel na íntegra no vídeo abaixo. Tenha acesso ao painel “Ciclos Econômicos” na Money Week e a todo o conteúdo do evento, fazendo seu cadastro aqui.