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Agro impulsiona mercados regionais brasileiros: quem são as “onças brasileiras”?

Agro impulsiona mercados regionais brasileiros: quem são as “onças brasileiras”?

O agro puxa o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. E os mercados regionais, ou seja, os estados que estão fora do eixo Rio-São Paulo, respondem por praticamente a totalidade do agro.

A Money Week, evento da EQI Investimentos, realizado na sexta-feira (2), em Balneário Camboriú, Santa Catarina, deu palco aos estados comumente menos citados entre os grandes do país, mas que vêm “carregando” a produtividade do país.

São eles: Paraná, Santa Catarina, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. Estes estados conhecidos como as “onças brasileiras”, em referência aos tigres asiáticos. Ou seja, são estados que estão preparados para receber o investidor seja ele local ou estrangeiro.  

Tais estados vêm crescendo acima da média e exibem estabilidade institucional e governança pública, bons índices de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), mercado imobiliário em forte desenvolvimento, além de investimentos em infraestrutura e saneamento.

“A partir de 2011, Rio e São Paulo perderam participação no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e os mercados regionais ganharam relevância. Por quê? Porque o Brasil se tornou um país agro. O PIB do agro se descolou do da indústria e carregou o PIB do Brasil para a frente. E o agro é representado pelos mercados regionais, fora do eixo Rio-SP”, explica Ricardo Frizera, sócio-diretor da Apex Partners, que revela que os mercados regionais respondem hoje por 91% do PIB do agronegócio.

“Apesar dos ruídos que ouvimos diariamente na imprensa, o Brasil tem muita coisa positiva para ser explorada. O Brasil foi o segundo país do mundo que mais recebeu investimento estrangeiro direto proporcionalmente ao PIB, só perdemos para Cingapura, e vamos ser a oitava economia do mundo até o final do ano. Estamos muito bem posicionados e esse protagonismo se deve aos mercados regionais”, avalia.

Espírito Santo e Santa Catarina: duas onças dos mercados regionais

Representando “as onças brasileiras”, marcaram presença na Money Week o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, e Paulo Bornhausen, secretário de Articulação Internacional e Projetos Estratégicos de Santa Catarina.

“No Espírito Santo, desinchamos o estado, baixamos a carga tributária, conseguimos estabilidade institucional, criamos um fundo soberano, que tem capacidade de buscar recursos de petróleo, os royalties que representam 5% da nossa receita total, para fazer poupança, um dinheiro que vai ficar guardado para que a população decida, no futuro, o que fazer com ele. Outra parte dos royalties nós usamos para a transição energética. Ou seja, nós usamos o recurso de uma fonte fóssil de energia para encontrar soluções sustentáveis, e essa sustentabilidade já é uma exigência mundial”, salienta.

Para Casagrande, isso é mostra de que a administração pública pode ser pensada no médio e longo prazo. “Eu poderia usar esses recursos em programas e obras. Mas eu quis deixar para o futuro. E no que isso reflete? Temos nota máxima de gestação fiscal, boa capacidade de investimentos, condições efetivas de dar segurança para investir”, explica.

Para ele, falta à classe política dar o exemplo. “O Brasil está muito ligado a disputas políticas e afastado dos resultados”.

Paulo Bornhausen, de Santa Catarina, conta que o estado tem o maior IDH do país porque sempre conseguiu ter equilíbrio saudável entre governos e iniciativa privada. “Não tem como a receita do bolo não dar certo. Nós temos riqueza e recursos naturais. Mas o que temos de principal é a gente catarinense, empenhada, empreendedora”, diz.

Uma das medidas mais eficazes para o estado, ele afirma, foi “pular Brasília”, ou seja, buscar os investidores diretamente, sem depender de políticos. “Santa Catarina tem uma ligação com o exterior muito importante. Vamos direto a quem queremos atingir. Quem vai aos EUA negociar não vai a Washington, mas vai ao lugar exato onde estão os investidores. Então, não vá a Brasília, vá ao local em que você quer buscar investidor. Brasília geralmente mais atrapalha do que ajuda”, complementa.

Você leu sobre o painel dos mercados regionais na Money Week. Para ter acesso à versão online e gratuita do evento, com a íntegra de todos os painéis, você pode fazer seu cadastro neste link. Participe!