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Dólar “blue” sobe na Argentina com expectativas de fim do “cepo”; saiba mais

Dólar “blue” sobe na Argentina com expectativas de fim do “cepo”; saiba mais

O dólar “blue”, a cotação paralela da moeda americana na Argentina, continua sua tendência de alta, intensificada em junho. Na segunda-feira (01), a moeda fechou cotada a 1.405 pesos, registrando um aumento de 2,93% em relação à semana anterior.

Já na abertura desta terça-feira, a divisa apontava para um novo recorde, impulsionada pela especulação de que o governo vai levantar as restrições cambiais conhecidas como “cepos”, embora a administração de Javier Milei tenha negado esses rumores.

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O que são os “cepos”?

Devido ao problema de alta inflação que a Argentina enfrenta há décadas, em parte causado pela tendência dos governos de imprimir dinheiro para financiar elevados gastos públicos, a consequência é a desvalorização do peso.

Como resultado, os argentinos utilizam o dólar como referência de preços e como moeda de poupança. Além disso, a indústria nacional é fortemente dependente de insumos importados. Nesse cenário de crescente demanda pela moeda americana em um país que não a produz, surge repetidamente um problema conhecido como “restrição externa”, caracterizado pela falta de dólares, o que leva a um cenário de crise.

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Para tentar conter essa procura e preservar as reservas do Banco Central do país, os governos das últimas duas décadas implementaram restrições à compra de moedas estrangeiras, conhecidas localmente como “cepos”.

Esses controles de capital resultaram em um fenômeno muito particular: a criação do dólar “blue” e a coexistência de uma série de cotações diferentes para a moeda americana na Argentina.

O que é dólar “blue”?

Assim como já ocorreu em alguns momentos da história brasileira e em diversas outras economias, na Argentina existe um câmbio paralelo que muitos consideram ilegal. No entanto, todos, inclusive o governo e as autoridades monetárias, sabem de sua existência.

Esse câmbio “ilegal” é conhecido como dólar blue. Trata-se de uma taxa de câmbio em que a cotação do dólar é estabelecida de maneira extraoficial, sem a fiscalização por parte do Banco Central da Argentina.

Vantagens do dólar “blue”

Um dos fatores que torna o câmbio “ilegal” tão popular é que ele permite à população trocar seus pesos por dólares com maior vantagem, pois geralmente o câmbio paralelo oferece uma taxa de spread menor do que a cotação oficial.

No entanto, por se tratar de um mercado sem fiscalização, é importante estar atento, mesmo com as vantagens da cotação, pois há o risco de cambistas, doleiros e outros agentes envolvidos nesse câmbio repassarem notas falsas.

FMI e busca por dólar

Em junho, quando o Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou que havia concluído mais uma revisão do acordo com a Argentina, a instituição comunicou também que a Argentina deveria mover as taxas de juros reais para território positivo e facilitar os controles cambiais, à medida que o país procura continuar a desaceleração nos aumentos de preços e proteger as suas reservas cambiais, “especialmente à medida que as medidas de gestão dos fluxos de capitais são gradualmente aliviados”.

Com a liberação de mais uma tranche de US$ 800 milhões pelo Fundo, juntamente com as boas notícias vindas do Congresso sobre a aprovação da Lei de Bases e a implementação decisiva do plano de estabilização que resultou em excedentes fiscais, os agentes começaram a especular que a próxima fase do ajuste macroeconômico seria a liberação cambial, precedida por uma desvalorização semelhante à ocorrida em dezembro.

Além dessa especulação, nas últimas semanas houve uma maior procura por dólares devido às necessidades das empresas de realizar os pagamentos de metade dos bônus e gratificações de final de ano. Além disso, a taxa de juros real continua negativa na Argentina, com a cotação do dólar superando a inflação.

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