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Trump é acusado de manipular o mercado após disparada de ações

Trump é acusado de manipular o mercado após disparada de ações

Congressistas democratas dos Estados Unidos acusaram nesta quarta-feira (9) o presidente Donald Trump de manipular o mercado financeiro ao fazer publicações estratégicas em sua rede social, a Truth Social, pouco antes de anunciar a suspensão de tarifas comerciais, o que levou a uma disparada das ações. A denúncia sugere uma possível prática de insider trading, quando informações privilegiadas são usadas para obter ganhos financeiros com ações negociadas em bolsa.

Às 10h37 (horário de Brasília), Trump escreveu: “Um ótimo dia para comprar!!! DJT”. A mensagem enigmática — publicada antes da abertura do pregão nos EUA — fez referência direta ao código de negociação de sua empresa na bolsa, a Trump Media & Technology Group (DJT), mas também são as iniciais de seu nome. Horas depois, às 14h18, o presidente anunciou na mesma rede social a suspensão, por 90 dias, de tarifas “recíprocas” que haviam sido impostas a diversos países.

A reação do mercado foi imediata. As ações da Trump Media começaram a disparar após o anúncio, acompanhadas por uma impressionante recuperação dos principais índices de Wall Street.

Disparada das ações: altas históricas após trégua de Trump nas tarifas

O S&P 500 subiu 9,52%, seu terceiro maior ganho diário desde a Segunda Guerra Mundial, segundo dados da FactSet. O Dow Jones Industrial Average saltou 7,87%, ou 2.962,86 pontos, registrando sua maior alta desde março de 2020. Já o Nasdaq Composite disparou 12,16%, no seu segundo melhor dia de todos os tempos.

“Este é o momento crucial que esperávamos”, declarou Gina Bolvin, presidente do Bolvin Wealth Management Group. “A reação imediata do mercado foi extremamente positiva, com os investidores interpretando isso como um passo em direção à clareza tão necessária.”

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A forte recuperação ocorre após um período de queda acentuada: nos quatro pregões anteriores, o S&P 500 havia recuado 12%, o maior declínio desde o início da pandemia. O Dow perdeu mais de 4.500 pontos, enquanto o Nasdaq acumulou queda de mais de 13%.

Apesar do alívio temporário, analistas alertam que a instabilidade pode persistir, já que Trump promete continuar reorientando a política comercial dos EUA. Segundo o presidente, mais de 75 países já procuraram autoridades americanas para renegociar termos comerciais após a imposição das tarifas, que agora foram suspensas temporariamente.

Volatilidade deve continuar

Dias de alívio também fazem parte de crises. O índice Nasdaq disparou 12% nesta quarta-feira (9), registrando seu segundo melhor desempenho diário desde a criação do indicador em 1971. A última vez que o índice de tecnologia teve uma alta semelhante foi em janeiro de 2001, durante o colapso da bolha das empresas pontocom.

O movimento desta quarta-feira ocorre em um contexto já conhecido por Wall Street: das 25 maiores altas diárias do Nasdaq, 22 aconteceram durante grandes crises — seja na bolha das pontocom, na crise financeira global de 2008-2009 ou nos primeiros meses da pandemia de Covid-19, em 2020. Os dois únicos dias fora desses períodos foram em outubro de 1987, logo após a Segunda-Feira Negra, e em novembro de 2022.

O cenário de tensão foi parcialmente revertido após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar, em sua rede social, que as novas tarifas sobre importações seriam reduzidas de forma temporária. As tarifas, agora de 10%, valerão por 90 dias, permitindo novas rodadas de negociação com os países afetados. A notícia impulsionou o otimismo dos investidores, aliviando a pressão que vinha crescendo desde a proposta original do pacote tarifário.

A mudança na postura de Trump, no entanto, ocorreu após críticas contundentes de líderes empresariais e doadores republicanos influentes. Entre os que se manifestaram contra as tarifas estão o gestor de fundos Bill Ackman, o cofundador da Home Depot, Ken Langone, e o investidor bilionário Leon Cooperman. O CEO do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, alertou nesta quarta que as tarifas provavelmente levarão a uma recessão. Já Larry Fink, CEO da BlackRock, afirmou no início da semana que “a maioria dos CEOs com quem converso diria que provavelmente estamos em uma recessão agora”.

Apesar da recuperação do Nasdaq, o mês ainda registra queda de 1%, refletindo os efeitos de um dos piores trimestres desde 2022. Em março de 2020, o índice chegou a cair 10% no auge da pandemia. E em novembro de 2000, no estouro da bolha das pontocom, despencou 23%. O pior mês da história do Nasdaq continua sendo outubro de 1987, com recuo de 27%.

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