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Para onde vai o dólar? Veja a perspectiva para os próximos dias

Para onde vai o dólar? Veja a perspectiva para os próximos dias

A perspectiva para o dólar é de atingir o patamar de R$ 5,40 nos próximos dias, segundo Alexandre Viotto, Co-Head de Banking da EQI Investimentos. A projeção surge após o mercado de câmbio brasileiro registrar, nas últimas duas semanas, uma inversão na tendência de valorização do real frente à moeda americana. Viotto aponta que essa turbulência, no entanto, deve durar apenas “mais uma ou duas semanas, até que as coisas se estabilizem”.

O especialista da EQI Investimentos explicou que o real vinha se valorizando frente ao dólar devido a fatores externos e internos. No cenário global, a principal influência era o enfraquecimento do dólar, uma estratégia observada desde o governo Trump e acelerada pela queda antecipada de juros nos Estados Unidos, com a possibilidade de um novo corte de 0,25% na próxima reunião do FED, nos dias 28 e 29.

“O dólar, naturalmente, vinha perdendo valor, o real seguiu a mesma batida e se valorizou”, afirmou.

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Perspectivas para o dólar: fatores para a valorização

No contexto doméstico, alguns fatores contribuíam para a valorização da moeda brasileira:

  • Cenário Eleitoral: A queda do presidente Lula nas pesquisas e o surgimento de nomes como Tarcísio de Freitas como alternativa de centro-direita para o próximo pleito animavam os investidores, que enxergavam em uma potencial mudança de governo a chance de melhora no ambiente de negócios.
  • Fiscal Controlado: A ausência de “notícia ruim” em relação ao lado fiscal do país mantinha as contas públicas em um estado de “relativo controle”.
  • Deterioração de Papéis: A valorização do real era também impulsionada pela relativa estabilidade em papéis de empresas brasileiras relevantes.

No entanto, segundo Viotto, o cenário começou a se inverter a partir da semana passada. A volta do “fiscal no foco” ocorreu com a discussão de pacotes governamentais com viés eleitoreiro, como a renúncia fiscal no Imposto de Renda para quem recebe abaixo de R$ 5 mil e o aumento nos pacotes de auxílio, que impactam as contas públicas. A queda da Medida Provisória (MP) do IOF, que retira receita futura do governo, agravou a percepção de risco fiscal, “aumentando o buraco”.

Além disso, a recuperação de Lula nas pesquisas eleitorais, não vista com bons olhos pelo investidor que espera uma mudança de governo em 2026, somou-se a uma deterioração em papéis de empresas brasileiras relevantes, como Ambipar (AMBP3), Cosan (CSAN3) e Braskem (BRKM5), que gerou preocupação. Esse conjunto de fatores elevou o risco-país e impulsionou a recente alta do dólar no Brasil.

“O presidente Lula voltou a ter uma certa reação nas pesquisas, o que também não é legal para o investidor que está de olho em uma mudança de governo no ano que vem. E, por fim, não menos importante, a houve uma deterioração em papéis de empresas brasileiras relevantes”, comentou ele.

Apesar do pessimismo momentâneo, Viotto acredita em um nível de normalidade para os próximos dias, com a moderação do governo em questões fiscais e o arrefecimento das tensões externas, como a disputa comercial entre Trump e China.

O especialista da EQI projeta um cenário de queda para o dólar contra o real, mas não descarta o patamar de R$ 5,40 como um nível a ser visualizado “nos próximos dias”, antes da estabilização.

“Não vejo um movimento de overshooting (excesso de valorização) igual ao que tivemos no final do ano passado, mas o dólar a R$ 5,40 é um patamar interessante”, disse ele.