O banco norte-americano JP Morgan (JPM; $JPMC34) aumentou sua participação na fintech C6 Bank de 40% para 46%. Apesar do anúncio do aumento da participação do banco digital, não foram revelados o valor do aporte nem o valuation levado em conta.
O incremento da participação do JP Morgan surge em um momento em que o C6 Bank ainda busca o break-even, situação em que uma empresa busca igualar os custos e as despesas operacionais com a receita.
C6 Bank teve a pior nota do índice Basileia no 1TRI23
Em 2022, o banco digital brasileiro teve um prejuízo de R$ 2,2 bilhões, mais que o triplo das perdas de 2021, que foram de R$ 692 milhões.
E o prejuízo continuou em 2023. No primeiro trimestre (1TRI23), o C6 Bank reportou que o déficit aumentou na comparação anual de R$ 228 milhões para R$ 350 milhões.
Esses prejuízos recorrentes têm prejudicado o índice Basileia do C6. O índice Basileia é um indicador internacional que mensura a saúde financeira dos bancos por meio da relação entre capital próprio e de terceiros.
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No 2TRI22, o índice Basileia do C6 estava em 21,3%, mas caiu para 17,3% no 3TRI22, 14,9% no 4TRI22 e atingiu 11,9% no 1TRI23. O mínimo exigido pelo Banco Central (BC) é de 10,5%.
Inclusive, segundo o Brazil Journal, o C6 Bank pode ter chegado neste limite, o que obrigou o JP Morgan a aumentar sua participação no banco digital.
No 1TRI23, o C6 Bank tinha a nota mais baixa do índice Basileia entre os grandes bancos digitais. Para efeito de comparação, neste período, o índice Basileia de Nubank (NU; $ROXO34) e Banco Inter ($INBR32) estava na casa dos 23%, e o do Original, banco digital pertencente à J&F Investimentos, dos irmãos Batista, que também são donos da JBS ($JBSS3), estava em 12,7%.
C6 é uma parte importante da estratégia global do JP Morgan, destaca executivo
Em nota, o chefe de estratégia e crescimento do JP Morgan Chase e executivo-chefe de varejo bancário internacional, Sanoke Viswanathan, comentou que o investimento estratégico no C6 Bank é uma parte importante da estratégia global de serviços bancários digitais.
“O rápido crescimento dos clientes, produtos e balanço patrimonial demonstra o sucesso da abordagem do C6 Bank”, reforça o executivo.
O JP Morgan é acionista do C6 Bank desde 2021, quando adquiriu 40% da fintech. Na época, o banco digital era avaliado em US$ 5 bilhões.
Mesmo com o investimento do banco norte-americano, o C6 Bank tem enfrentado dificuldades em comparação com os seus principais rivais. Enquanto o C6 tem registrado prejuízos recorrentes, Nubank e Inter já se recuperaram dos efeitos da pandemia e estão operando no azul.
Embora a operação do C6 Bank esteja no prejuízo desde a compra do JP Morgan, vale destacar que nos últimos dois anos, o número de clientes do banco digital subiu de 8 milhões para 25 milhões, com um portfólio total de crédito subindo de R$ 9,5 bilhões para R$ 40 bilhões.