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Como saber se o seu banco tem saúde financeira?

Como saber se o seu banco tem saúde financeira?

As duas intervenções governamentais sobre bancos norte-americanos deixaram os investidores preocupados acerca dos efeitos que isso pode causar no mercado financeiro. O que todos querem saber, neste momento, é como saber se o seu banco tem saúde financeira?

O caso diz respeito ao Silicon Vallei Bank (SVB), bem como ao Signature Bank, instituições que foram socorridas pela autoridade monetária aos “45 do segundo tempo”, de maneira que os ativos fossem preservados e os correntistas não precisassem promover uma corrida aos bancos.

Isso porque na última sexta-feira (10) o SVB viu boa parte de seus principais correntistas sacarem recursos porque a instituição anunciou a necessidade de uma capitalização bilionária, após ter seu rating reduzido pela agência de classificação Moody’s.

Em duas semanas, a instituição veio à bancarrota e o poder público teve que agir rapidamente para evitar um estrago maior. Entretanto, desde então o caso não sai do noticiário e as pessoas estão temerosas quanto ao que pode vir pela frente.

Imagem mostra um computador com análise financeira na tela.

Índice de Basileia

Estrategista da EQI Investimentos, Denis Wiese esclarece que um dos principais indicadores que o investidor deve observar é o Índice de Basileia.

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Trata-se de um indicador internacional que mensura a saúde financeira dos bancos por meio da relação entre capital próprio e de terceiros, explica, acrescentando que ele ajuda a avaliar a possibilidade de solvência da instituição bancária.

“Os bancos devem obedecer a regras básicas de alavancagem para que o sistema financeiro mundial se sustente de pé. Assim, o Índice de Basileia é a soma de todos os ativos [tudo o que foi emprestado de dinheiro], dividido pelo capital próprio do banco [ou seja, quanto o dono do banco tem], ponderado pelo risco dessa carteira de crédito”, destacou.

O resultado dessa equação dará um número que – segundo Wiese – quanto maior, melhor. “Quanto mais alto for o Índice de Basiléia, significa que o capital próprio do banco é maior [ou o risco da carteira de crédito é menor]”, conforme o especialista.

O Banco Central considera uma empresa saudável aquela que tem o Índice de Basileia entre 11% e 50%.

Índice de Imobilização

Há, ainda, um segundo índice que deve estar no radar dos correntistas e todos que tem qualquer quantia alocada em instituições financeiras. Trata-se do Índice de Mobilização.

Este indicador mede quanto desse capital próprio está em ativos imobilizados, como prédios, veículos, salas, e qualquer outro ativo com baixa liquidez.

Na prática, ter um Índice de Imobilização alto pode mostrar uma baixa agilidade do banco em honrar com suas obrigações. Ou seja: quanto menor for esse índice, melhor.

Pressão nos ativos

Se do lado corporativo as instituições bancárias estão asseguradas pela “mão amiga” do governo norte-americano, no mercado de capitais as ações de bancos e fintechs seguem pressionadas por conta da quebradeira dos bancos.

E não apenas isto, mas também os países desenvolvidos aguardam o desenrolar dos fatos, bem como o próximo passo do Federal Reserve (Fed, espécie de banco central americano) acerca de sua política de juros para, assim, tomar medidas protetivas.

O Goldman Sachas, por exemplo, já cortou a previsão do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA por conta do estresse causado pela situação.

O banco de investimentos reduziu sua previsão de crescimento em 0,3 pontos percentuais, para 1,2%, sob a expectativa de que os bancos menores tentarão preservar a liquidez caso precisem atender às retiradas dos depositantes, levando a um aperto substancial nos padrões de empréstimos bancários.

No velho continente, o Banco Central Europeu ainda deve aumentar as taxas em mais 50 pontos-base amanhã, apesar das preocupações com a estabilidade financeira estarem firmemente de volta à mesa com o colapso do Silicon Valley Bank nos EUA. a informação é da CNBC.

Preocupações com contágio e aumento da regulamentação e apenas alguma realização geral de lucros fizeram com que os bancos europeus registrassem seu pior dia em mais de um ano na última segunda-feira (13). Os bancos regionais caíram 5,65%, o pior dia desde 4 de março de 2022.