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Fed sobe 0,75 ponto na taxa de juros e confirma expectativa do mercado

Fed sobe 0,75 ponto na taxa de juros e confirma expectativa do mercado

O Federal Reserve (Fed) decidiu, nesta quarta-feira (21), subir a taxa de juros da economia dos Estados Unidos em 0,75 ponto percentual

O FOMC, ligado ao Federal Reserve (Fed) – órgão equivalente ao Comitê de Política Econômica (Copom), do Brasil – decidiu, nesta quarta-feira (21), subir a taxa de juros da economia dos Estados Unidos em 0,75 ponto percentual, confirmando as expectativas do mercado, para o intervalo 3% e 3,25% ao ano. A decisão foi tomada de forma unânime pelo colegiado. 

Esta é a quinta alta consecutiva na taxa de juros norte-americana. Ademais, o órgão apresentou as expectativas das previsões trimestrais para a inflação. Dessa forma, o Fed indica qual será o seu movimento para as próximas reuniões do Fed.

Para justificar a alta na taxa de juros, o Fed cita que os dados recentes mostram um crescimento tímido nos gastos e na produção. Apesar disso, os empregos ainda estão em alta, com a taxa de desemprego permanecendo baixa. Contudo, a manutenção da inflação elevada reflete um desequilíbrio de oferta e demanda, que são uma consequência dos problemas econômicos causados pela pandemia. 

Os alimentos e energia continuam pressionando os preços para cima. 

O Fed também cita as dificuldades provocadas pelo conflito entre Rússia e Ucrânia. A guerra entre os dois países ajuda no avanço da inflação na Europa e prejudica o crescimento global da economia.

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O Comitê tem o objetivo de alcançar o máximo de emprego e inflação à taxa de 2% no longo prazo. Em apoio a essas metas, o Comitê decidiu aumentar a faixa-alvo para a taxa dos fundos federais para 3% a 3-1/4% e prevê que os aumentos contínuos na faixa-alvo serão apropriados”, aponta o Fed.

O FOMC destaca que deve continuar reduzindo as suas participações em títulos do Tesouro e dívida de agências e títulos lastreados em hipotecas.

Nenhum dirigente prevê os juros abaixo dos 4% até o final de 2023.

Confira os principais trechos da entrevista coletiva do presidente do Fed

O presidente do Fed, Jerome Powell, concedeu entrevista coletiva logo após a divulgação do avanço da taxa de juros. O dirigente comentou que sem a estabilidade de preços, a economia não funcionará. Por isso, o FOMC trabalha para mover os juros para níveis suficientemente restritivos para conter a inflação.

Powell destaca que o órgão está comprometido em segurar a alta de preços e que ele tem as ferramentas para isso. 

A inflação segue bem acima da nossa meta de longo prazo. Estamos centrados em retornar a inflação para os 2%”, revela. 

O banqueiro aponta que as pressões sobre os preços estão bem disseminadas. Dessa forma, os dirigentes do FOMC ainda enxergam riscos de inflação a longo prazo. 

Antecipamos que mais elevações nos juros serão apropriadas. Porém, o ritmo das próximas altas [de juros] vai depender da situação econômica”, afirma Powell. 

Ele reconhece que as ações para reduzir a inflação nos Estados Unidos devem provocar um mercado de trabalho mais fraco e menor crescimento. Entretanto, ele o ex-banqueiro cita que há poucas evidências de desaceleração do mercado de trabalho. 

Iremos cortar juros quando houver muita confiança de que a inflação está desacelerando. Além disso, não é possível saber se a política monetária levará os EUA à recessão”, avisa.

Estamos realmente focados em diminuir a taxa da inflação. Nós não podemos falhar em relação a isso. Se falharmos em fazer isso [reduzir a inflação para 2%], isso será o mais doloroso para as pessoas que servimos. Por agora essa é a nossa prioridade”, explica.

Powell conclui a coletiva afirmando que queria ter uma forma menos dolorosa de baixar a inflação, mas ele revela que não há outra opção. 

Queremos agir de modo agressivo agora e manter rumo até concluir a tarefa. Espere o melhor, mas planeje-se para o pior”, encerra.

Tá, e aí?Stephan F. Kautz, economista-chefe da EQI Asset

Economista-chefe da EQI Asset, Stephan F. Kautz disse que a alta de 0,75 ponto porcentual foi dentro do esperado. Ele destaca que as novidades em termos de projeções para o final deste ano em taxa de juros é de 4,4% a 4,6% em taxa de juros, o que significaria mais uma alta de 0,75 ponto na próxima reunião e uma de 0,5 ponto na reunião de dezembro. Uma outra alta terminal é esperada para fevereiro, de 0,25 ponto. O que significa uma taxa de 4,6% parada até o final de 2023 pelo menos. A partir de 2024, Kautz vê a possibilidade de haver três cortes de 0,25 p.p. nos juros.

“Em termos de PIB, houve uma revisão para baixo este ano, em 0,2%, e para o ano que vem, em 1,2%, revisado de 1,7%. Então, teve um downgrade importante na trajetória de crescimento da economia. Enquanto a inflação foi revisada para cima. Em termos de núcleo do PCE, a projeção para o final do ano que vem é de 3,10%, sendo que ela era de 2,7%”, analisa. 

Kautz cita que os números revisados surpreenderam, uma vez que a inflação já deu sinais de que fez um pico. Segundo ele, com o crescimento mais baixo e mais altas de juros, o modelo do Fed deveria indicar uma estabilidade nessa projeção de núcleo do PCE. O que indica uma manutenção das preocupações. 

Saiba o que o BTG Pactual (BPAC11) pensa sobre a decisão do FOMC

Segundo o BTG Pactual (BPAC11), o comunicado do FOMC apresentou pouca alteração, embora tenha mantido a decisão de um tom hawkish após as surpresas com a inflação. 

“Destacamos a elevação da taxa de juros esperada para 2022 (de 3,4% para 4,4%) e de 2023 (de 3,8% para 4,6%), sinalizando que o comitê não projeta cortes para a próximo ano (mercado tinha 50 bps de corte no 2H23) – hawkish, esperado por nós e surpreendendo o mercado”, diz o BTG.

Confira as estimativas da taxa de juros dos EUA, de acordo com as projeções do BTG Pactual:

EQI Asset e BTG Pactual já previam alta

A EQI Asset, sob o comando de Kautz, já precificava a alta de 0,75 ponto porcentual. Mas, até então, Kautz acreditava que, na sequência, haveria duas altas de 0,50 p.p. até o final do ano e um ajuste de 0,25 p.p. no início de 2023. Agora, sua projeção subiu para 0,75 p.p. na próxima reunião, mais 0,5 na última do ano, e mais 0,25 na primeira de 2023.

Após os resultados aquém do esperado do CPI (sigla em inglês do Índice dos Preços ao Consumidor), a research do BTG Pactual (BPAC11) também já esperava pelos 0.75%, apostando em um discurso “higher for longer”, ou seja, mantendo os juros em níveis restritivos por mais tempo.

Como a subida de juros nos EUA impacta o Brasil?

Com a alta de juros americana, os ativos brasileiros se tornam menos atrativos para o investidor estrangeiro. Isto porque a tendência é que ele migre para os títulos de renda fixa do tesouro dos EUA, considerado o ativo mais seguro do mundo.

Títulos de empresas brasileiras e ações de empresas brasileiras, sendo o Brasil um país emergente, se mostram um investimento mais arriscado para o momento. A consequência é que há uma valorização do dólar e desvalorização do real, o que também impacta a inflação no Brasil.

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