A Eletrobras ($ELET6) contratou o BTG Pactual ($BPAC11) para assessorar a venda de sua participação minoritária na Eletronuclear, estatal responsável pela operação das usinas nucleares brasileiras. A informação é da agência Reuters, que ouviu três fontes com conhecimento direto do assunto.
Privatizada em 2022, a Eletrobras não tem mais o controle da Eletronuclear, mas ainda detém 35,9% das ações com direito a voto e 67,95% do capital total da companhia.
A saída da elétrica do capital da estatal nuclear é uma das cláusulas de um acordo firmado no mês passado com o governo federal, que também aumentou a representatividade da União no conselho de administração da Eletrobras e encerrou a ação judicial no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre os poderes de voto da União na empresa.
A alienação da fatia da Eletrobras permitirá a entrada de um novo sócio privado na Eletronuclear, estratégia que alinha com os esforços da empresa de se afastar do setor nuclear e concentrar seus investimentos em outras fontes de geração de energia. Segundo o acordo, a Eletrobras também não participará de novos aportes no projeto de Angra 3, caso este venha a ser retomado.
A Eletronuclear passa por dificuldades operacionais e financeiras. A estatal administra as usinas nucleares Angra 1 e Angra 2, em Angra dos Reis (RJ), com capacidade instalada conjunta de 1.990 megawatts (MW), e é responsável pela ainda inconclusa Angra 3, com potência prevista de 1.405 MW. A obra está paralisada há anos e continua sem aval do governo para retomada.
Além disso, a empresa passa por um desequilíbrio econômico-financeiro, com tarifas insuficientes para cobrir seus altos custos operacionais, especialmente com folha de pagamento. A situação levou à adoção de medidas de contenção, incluindo cortes de despesas e demissões.
Procurados pela imprensa, nem a Eletrobras nem o BTG Pactual comentaram o assunto.
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