O governo federal está atuando nos bastidores para que o BTG Pactual (BPAC11) avalie a compra da participação do Banco Master na Biomm, fabricante nacional de insulina e futura produtora de canetas emagrecedoras. As informações foram publicadas pelo colunista Julio Wiziack, do UOL.
O Banco Master, em processo de liquidação decretado pelo Banco Central, detém — por meio do fundo Cartago — cerca de 26% da Biomm (BIOM3), participação hoje avaliada em aproximadamente R$ 185 milhões na B3 ($B3SA3).
A operação é vista por integrantes do Planalto como estratégica para garantir o fornecimento doméstico de insulinas e, futuramente, de dispositivos para emagrecimento usados no SUS.
Conversas continuam apesar das negativas públicas
Segundo o UOL, quem aproximou inicialmente os interesses foi Walfrido Mares Guia, ex-ministro, amigo do presidente Lula e também acionista da Biomm. Ele teria feito a ponte entre Daniel Vorcaro — dono do Master — e André Esteves, acionista de referência do BTG.
Mares Guia, porém, negou ao UOL ter atuado como intermediário. O BTG, por sua vez, afirma não ter interesse na Biomm e nega negociações.
Apesar disso, assessores presidenciais ouvidos pelo UOL dizem que as conversas entre representantes do Cartago e pessoas próximas a Esteves seguem ocorrendo, mesmo após a prisão de Vorcaro em 17 de novembro.
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Por que o governo quer o negócio
O Ministério da Saúde apoia a operação. O objetivo é fortalecer a produção nacional de insulinas e estimular concorrência num mercado hoje dominado por fabricantes estrangeiras.
A Biomm já ampliou sua relevância no setor ao firmar, em novembro, um contrato para fornecer insulina glargina ao SUS. A farmacêutica também anunciou que, em março de 2026, entrará no mercado de canetas emagrecedoras, aproveitando o fim da patente da semaglutida — princípio ativo do Ozempic.
Segundo a reportagem do UOL, para o governo, a entrada do BTG no capital da empresa daria robustez financeira à expansão e evitaria que a crise do Master contaminasse a farmacêutica.






