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Levantamento destaca valorização de Real e Ibovespa no primeiro trimestre de 2022

Levantamento destaca valorização de Real e Ibovespa no primeiro trimestre de 2022

O forte fluxo de investimentos provocado pela alta no valor das commodities contribuiu para tornar o real a segunda moeda mais valorizada no mundo frente ao dólar no primeiro trimestre de 2022. Ao mesmo tempo, o Ibovespa, que mede as negociações na B3 (B3SA3), teve também a segunda maior valorização entre 79 bolsas de valores do mundo.

Os dados fazem parte de levantamento realizado pela consultoria Austin Rating, publicado pela CNN Brasil Business.

Real perto do topo

O real fechou o primeiro trimestre com valorização de 17,8% em relação ao dólar, a segunda entre 120 países medidos pela consultoria. A moeda brasileira ficou atrás apenas do Kwanza, moeda da Angola, que valorizou 24,4% devido a elementos semelhantes aos da alta do real: investimento estrangeiro atraído pela produção de commodities, cujos preços dispararam.

As dez moedas de melhor desempenho são de países fortemente ligados a esses produtos, principalmente na África e América Latina. Veja abaixo a lista:

  1. Kwanza (Angola) – 24,4%
  2. Real (Brasil) – 17,8%
  3. Afegane (Afeganistão) – 17,2%
  4. Loti (Lesoto) – 9,3%
  5. Dólar da Namíbia (Namíbia) – 9,3%
  6. Lilangeni (Essuatíni) – 9,2%
  7. Rand (África do Sul) – 9,2%
  8. Peso (Uruguai) – 9,1%
  9. Peso (Chile) – 8,1%
  10. Novo Sol (Peru) – 7,4%

Já as moedas de pior desempenho são as de países que passam por instabilidades políticas, sociais ou econômicas, afastando investidores. Por exemplo: o rublo da Rússia (114º, com recuo de 11,1%), o rublo de Belarus (119º, com recuo de 21,7%) e a hryvnia ucraniana (111º, queda de 7,5%).

Os três países estão envolvidos em um conflito no Leste Europeu que ocorre há mais de um mês, com as economias da Rússia e Belarus severamente impactadas por sanções de países ocidentais. Moedas de outros países europeus também tiveram desempenho ruim, já que o continente tende a ser um dos mais afetados pelo conflito.

Ibovespa só atrás do Zimbábue

O Ibovespa avançou 34,6% no primeiro trimestre de 2022, de acordo com o levantamento da Austin Rating. Ficou atrás apenas do ALSZI, da bolsa do Zimbábue, também um país relevante na produção de commodities. Lá, a alta trimestral foi de 46,5%.

As outras oito bolsas com melhor desempenho também são de países ligados a produtos básicos, em especial minerais e petróleo, caso do Chile, Qatar e Arábia Saudita.

O Sri Lanka teve o pior desempenho entre as bolsas mundiais, com recuo de 49,8%. Em segundo lugar vem a Rússia, cujo índice MOEX caiu 35,9%, novamente refletindo o efeito das sanções econômicas.

Nos Estados Unidos, a Nasdaq, focada na área de tecnologia, perdeu 9,1% no trimestre (em 62º lugar), enquanto o índice Dow Jones recuou 4,6% (em 45º lugar), conforme os investidores tiram investimentos na renda variável norte-americana com o país iniciando um ciclo de alta de juros.

Análise

Os bons desempenhos do real e do Ibovespa refletem uma tendência de valorização iniciada neste ano, baseada em um fluxo de investimentos estrangeiros devido a alguns fatores. A taxa de juros, hoje em 11,75%, é uma das maiores do mundo em termos reais, o que torna a renda fixa do país atrativa.

O ciclo de elevação, iniciado para combater a inflação, ainda não acabou, e o Banco Central projeta uma Selic terminal em 12,75% ao ano. O real e o mercado de ações são beneficiados pela busca de investidores por produtores de commodities, em meio à valorização desses produtos devido a um descompasso entre oferta e demanda com a pandemia e a guerra na Ucrânia.

Existe ainda uma procura por mercados com grande participação de setores menos vulneráveis ao fenômeno global de inflação e juros altos, caso das commodities e bancos. São dois setores de peso na bolsa brasileira, cujos ativos também estão considerados descontados, atraindo investimentos.

O início do ciclo de alta de juros nos Estados Unidos ainda não superou os benefícios desse fluxo, e para alguns especialistas até o ajuda inicialmente, com investidores saindo da renda variável norte-americana e procurando investimentos mais vantajosos. Conforme os juros no país subirem, esse cenário pode ser modificado.

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