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O futuro dos mercados no mundo passa pelos EUA, diz estrategista do JP Morgan no Avenue Connection

O futuro dos mercados no mundo passa pelos EUA, diz estrategista do JP Morgan no Avenue Connection

A economia dos Estados Unidos segue resiliente, mesmo diante de juros altos, déficit fiscal crescente e incertezas políticas. Essa foi a principal mensagem da estrategista Meera Pandit, da JP Morgan Asset Management, durante a palestra “Um guia para mercados globais: O case americano – passado, presente e futuro”, apresentada no Avenue Connection, na última quarta-feira (16).

Segundo Pandit, o cenário macroeconômico atual ainda sustenta uma base sólida para investimentos no país, embora seja necessário atenção aos sinais de volatilidade e riscos geopolíticos. 

“Apesar da pressão nas contas públicas e do debate fiscal nos EUA, os fundamentos continuam fortes: consumo robusto, desemprego baixo, crescimento salarial em patamares razoáveis e inflação controlada”, afirmou.

Lucros fortes, política instável

Um dos destaques da fala foi a força dos lucros corporativos no país. “Se olharmos para os resultados do S&P 500 em 2024 e 2025, os números são incrivelmente fortes. As empresas continuam entregando bons resultados, mesmo em meio a ventos contrários”, pontuou.

Por outro lado, Pandit alertou para o impacto das incertezas políticas na percepção de risco dos EUA. “A instabilidade política está minando o excepcionalismo americano. O dólar, tradicionalmente um porto seguro, tem sido pressionado por essas dúvidas internas. A queda da moeda este ano é reflexo disso”, explicou.

Ela também ressaltou que, embora a taxa básica de juros do Federal Reserve (Fed) esteja entre 4,25% e 4,5%, não se espera um retorno ao patamar de 0%, como visto logo após a crise  da Covid-19. Ainda assim, os EUA têm mostrado capacidade de crescer mesmo com juros elevados.

Tecnologia, IA e concentração de mercado

A estrategista do JP Morgan também chamou atenção para o papel das “Sete Magníficas” – grupo de empresas de tecnologia com excelente desempenho nas bolsas americanas, formado por Apple (AAPL; $AAPL34), Microsoft (MSFT; $MSFT34), Alphabet (GOOG; $GOGL34), Amazon (AMZN; $AMZO34), Meta (META; $M1TA34), Nvidia (NVDA; $NVDC34) e Tesla (TSLA; $TSLA34) – como motor do mercado. 

“Essas companhias concentram 40% dos lucros, 44% em P&D e um quarto dos investimentos em capital. Elas carregaram o piano nos últimos anos”, afirmou.

O uso de inteligência artificial por empresas fora do núcleo tecnológico também vem crescendo rapidamente. “O impacto da IA está se espalhando. Isso deve acelerar nos próximos seis meses, com mais setores adotando essas soluções”, acrescentou.

Riscos no radar e oportunidades no horizonte

Apesar do otimismo com a resiliência americana, Pandit não minimizou os riscos: déficit fiscal elevado, volatilidade nos mercados, tensões comerciais e a polarização política devem continuar no radar dos investidores.

Ela destacou que parte da atual pressão inflacionária vem de novas tarifas comerciais, mas ponderou que os consumidores têm buscado alternativas, o que ameniza o impacto nos preços. 

“Não vamos ver uma inflação como a da pandemia. Habitação está sob controle e os serviços vêm apresentando sinais positivos”, afirmou.

O papel dos EUA no cenário global

Mesmo com os desafios internos, os EUA ainda concentram cerca de 25% do PIB global e mantêm protagonismo em transações internacionais, derivativos e fluxo de capitais, segundo Pandit.

“O dólar pode ter enfraquecido, mas ainda domina as transações via SWIFT, comércio e empréstimos globais. Isso mostra a força da economia americana no cenário internacional”, destacou.

Para a estrategista, o mercado americano continua oferecendo boas oportunidades — mas exige uma postura ativa. “A diferença entre os melhores e os piores desempenhos neste ano ultrapassa os 25%. Precisamos ser seletivos”, alertou.

No encerramento da palestra, Pandit resumiu o sentimento em relação ao país: “Os EUA sempre encontraram formas de se reinventar e seguir crescendo. A história mostra que quem tem paciência é recompensado.”